Os custos industriais continuaram subindo no primeiro trimestre de 2016, mas em ritmo menor do que no fim do ano passado, informou nesta terça-feira, 21, a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nos três primeiros meses deste ano, a alta do Indicador de Custos Industriais foi de 2,2%, já descontados efeitos sazonais. No quarto trimestre de 2015, o avanço havia sido de 3,2% ante o terceiro trimestre do ano passado.

Mesmo com a desaceleração, a CNI aponta que o custo industrial neste primeiro trimestre de 2016 aumentou 12,3% em relação a igual período de 2015. Diante dos aumentos de custos, a indústria até conseguiu repassar a alta para os preços, o que indica estabilidade na margem de lucro da indústria, segundo a CNI. Por outro lado, o resultado prejudica a competitividade brasileira no mercado externo, argumenta a entidade.

Na comparação do primeiro trimestre contra o quarto trimestre de 2015, o avanço nos custos industriais foi puxado pelas altas nos custos com energia (+8,7%), capital de giro (+5,7%) e tributos (+4,2%).

De acordo com o estudo, o custo com capital de giro cresce sem parar desde o terceiro trimestre de 2014. As altas persistem, segundo a CNI, mesmo com a interrupção dos aumentos na taxa básica de juros da economia, a Selic, que está em 14,25% ao ano há dez meses. “Isso pode ser consequência da crise econômica, na medida em que a situação financeira das empresas se deteriora e aumenta o risco de inadimplência em empréstimos bancários”, avalia a entidade.

Os custos de produção, formados por despesas com pessoal, com energia e com bens intermediários, cresceram 1,7% no primeiro trimestre deste ano ante o período imediatamente anterior. Nesse item, a energia subiu 8,7%, os custos com pessoal aumentaram 2,0% e os dos bens intermediários cresceram 1,1%.

“A desaceleração dos custos com bens intermediários é resultado da queda dos preços dos insumos importados e da redução do ritmo dos aumentos dos insumos nacionais”, diz a CNI. Os preços de bens intermediários importados recuaram 1,9% e os dos nacionais tiveram alta de 1,7%, sempre no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2015.