O Instituto Nacional de Reforma Agrária é uma grande imobiliária urbana e ninguém sabia, até a Resolução nº 4 do último dia 25, na qual o órgão doou à Secretaria de Patrimônio da União 80 imóveis em localizações privilegiadas dentro de Brasília. Na lista encontram-se joias cujo valor de venda pode ultrapassar R$ 400 milhões. São 50 terrenos – 19 no Lago Norte, e 31 no Lago Sul, bairros supervalorizados com suas mansões. O documento revela parcerias inusitadas, como dois grandes lotes no Setor de Autarquia Sul, cedidos, por cinco anos, para a Justiça Federal usá-los como estacionamento. E uma loja desocupada na Quadra 307 Sul. Na satélite Taguatinga, existem quatro casas desocupadas, e nas Asas Sul e Norte – a área mais valorizada – nada menos que 18 apartamentos vazios. Há casos que remetem ao inacreditável usucapião: Dois apartamentos ocupados por servidores que se valem de liminares judiciais. E em outros três imóveis, funcionários deixaram para trás a conta de anos do condomínio.

União recuperou 50 terrenos nos Lagos Sul e Norte. Incra era dono de loja, casas e apartamentos de onde servidores não querem sair

Auxílio a vivo e morto

Consta na planilha de palacianos que o INSS tem bens mal aproveitados para o caixa do Tesouro. A lupa para venda de ativos encontrou curiosidades. No interior, um prefeito se apossou de área do órgão e construiu uma praça. No Rio de Janeiro,
o INSS é dono, acredite, de um cemitério. Construído por administração de anos atrás num terreno da União.

Incorporadora no trilho do Minfra

O Ministério da Infraestrutura corre para entrar nos trilhos com a MP das Ferrovias, com risco de descarrilar na pressa em receber propostas. Causou curiosidade na pasta a publicação no D.O. de requerimento da Zion Real Estate Ltda, do Paraná, para concorrer à exploração por 99 anos da Estrada de Ferro entre as cidades de Moraes Almeida e Novo Paraná. Ocorre que a Zion se apresenta na praça como incorporadora imobiliária, com capital baixo para um investimento do porte. A empresa informa que é o braço de uma construtora, que tem expertise no setor, e que há investidores interessados na sociedade. O MInfra analisa a documentação.

FUNAI tem desafio para vacinar crianças

Divulgação

Desde o início da pandemia de Covid-19 a FUNAI encontra resistência de parte dos indígenas para vacinação. Fake news de que as doses matariam circularam até em aldeias quase-urbanas, como em Porto Seguro (BA). Mas houve avanços. O Ministério da Saúde, que controla a Secretaria Especial de Saúde Indígena, crava que 91% deles tomaram a 1ª dose, 85% a segunda e 34% receberam a de reforço. O desafio agora é convencer os pais a vacinarem os filhos. Até essa semana, 69% dos adolescentes de 12 a 17 anos já receberam duas doses. Na faixa de 5 a 11 anos, só 4% foram vacinados. O Brasil tem 6 mil aldeias.

Depois do óleo derramado..a lei

Bruno Campos

Até hoje a PF não descobriu qual navio derramou toneladas de piche na costa do País. O governo quer mostrar serviço, diante de novas manchas que apareceram em praia do Nordeste. Saiu do prelo o Decreto 10.950, que cria o “Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional”. É mais do mesmo, como mostra o Artigo 1: “permitir a atuação coordenada de órgãos da administração pública e de entidades públicas e privadas na ampliação da capacidade de resposta em incidentes de poluição por óleo que possam afetar as águas sob jurisdição nacional”.

Ciro é alegria da bancada na Câmara

Ciro Gomes é candidato a presidente pelo PDT e vai até o fim. É o que dizem os pedetistas do Congresso Nacional. Embora ele oscile entre o quarto e quinto lugares nas pesquisas de intenção de votos, o presidenciável puxa votos de legenda para os candidatos a deputados nos Estados.

Omertà e inapetência

No dia 14 de março completam-se quatro anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Centro do Rio. Dia 12, serão três anos da prisão do matador, Ronnie Lessa. Ele segue numa ormetà digna de filme de mafiosos. Ninguém na polícia sabe (ou não quer saber) quem encomendou o crime bárbaro.

Cartório, bom negócio

Há décadas, cartórios são grandes negócios (antes hereditários, agora por concurso). Ao cidadão só não é cobrado o ar que respira dentro do estabelecimento. Não é surpresa, então, o que fez o TJMG. Sem alarde, aumentou em 20% as taxas e emolumentos para a alegria dos tabeliães mineiros, e para o peso na carteira de quem precisa.

Nos bastidores

Menu & olho no pulso
A polícia de SP e BH já sabe que o líder da quadrilha de roubo de relógios atua há 20 anos. Escala
olheiros em restaurantes e lojas de carros importados, que avisam ao bando sobre o alvo. O mistério é: por que foi preciso um promotor agir.

Há quem pague, sim
Um dos maiores PIBs do país amparado no agronegócio e indústrias, Goiânia deu um salto no bolso do cidadão. Boletos de IPTU de condomínios variam de R$ 10 mil a R$ 25 mil.

MJ desdenhou do chefe
Na terça (25), com a morte do filósofo Olavo de Carvalho, as Bandeiras do Brasil ficaram a meio mastro no Palácio do Planalto e Itamaraty. O Ministério da Justiça, prudente, não se mexeu na portaria.

Em casa ou agência?
Uma guerra velada entre o sindicato de funcionários e o Banco do Brasil em Brasília: Na segunda (31) a turma do serviço sem atendimento ao público conseguiu liminar para home office. O BB reverteu.