As autoridades do leste da Líbia anunciaram, nesta sexta-feira (29), que nos próximos dias começarão a indenizar os afetados pelas enchentes devastadoras de 10 de setembro, causadas pela tempestade Daniel.

“Os formulários de registro dos danos foram entregues ao presidente da comissão” responsável pelo processo, e “os cheques, aos prefeitos” dos municípios afetados, informou o Executivo do leste do país, em um comunicado.

Os habitantes, cujas casas foram completamente destruídas, receberão 100 mil dinares líbios (20.500 dólares, ou 103.461 reais na cotação atual), disse o vice-ministro do Interior deste governo, Faraj Kaim.

Aqueles, cujas casas foram “parcialmente destruídas”, receberão 50 mil dinares, e os moradores que perderam móveis e eletrodomésticos pelas enchentes receberão 20 mil, acrescentou.

As autoridades do leste da Líbia anunciaram nesta semana a criação de um fundo para reconstruir a cidade de Derna, atingida pelas enchentes, onde será realizada uma conferência sobre a sua reconstrução no dia 10 de outubro.

O Executivo de Benghazi não especificou como este fundo seria financiado, mas o Parlamento, também sediado no leste, já atribuiu 10 bilhões de dinares a projetos de reconstrução.

Esses anúncios são acompanhados pelo medo da corrupção e da má gestão dos fundos atribuídos à reconstrução.

O enviado da ONU à Líbia, Abdulaye Bathily, informou na quinta-feira em Bruxelas, durante consultas com a Comissão Europeia, que havia solicitado o controle destes fundos.

As enchentes, causadas pela tempestade Daniel e amplificadas pela ruptura de duas represas localizadas acima de Derna, deixaram 3.893 mortos, segundo o último balanço provisório do governo do leste.

Imersa no caos desde a queda de Muammar Khaddafi em 2011, a Líbia é governada por duas administrações rivais: uma, em Trípoli (oeste), reconhecida pela ONU e liderada por Abdelhamid Dbeibah; a outra, no leste, encarnada pelo Parlamento e filiada ao poderoso marechal Khalifa Haftar.

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