As autoridades guatemaltecas libertaram, neste sábado (23), os guardas e funcionários civis que haviam sido tomados como reféns por membros de gangues em duas prisões do país na sexta-feira, informou o governo.
Membros de gangues se rebelaram na sexta-feira em duas prisões e tomaram como reféns vários guardas e funcionários de um fornecedor de alimentos, uma semana após rebeliões que terminaram com a morte de um vigilante.
Ao final do desdobramento de um forte contingente policial, “os reféns foram libertados esta madrugada”, publicou no X o Ministério do Interior neste sábado.
“O Estado não cedeu ante esses criminosos”, acrescentou, sem dar maiores detalhes, embora a imprensa local tenha indicado que 18 reféns foram libertados.
Em 16 de agosto, a polícia retomou o controle de várias prisões do país após membros de gangues se amotinarem por vários dias, causando a morte de um guarda.
As autoridades atribuem as rebeliões à recente transferência de líderes das gangues Barrio 18 e Mara Salvatrucha para uma prisão de segurança máxima.
Segundo o ministro do Interior, Francisco Jiménez, os incidentes ocorreram na prisão de Fraijanes, em um povoado próximo à capital, e em Boquerón, a 65 km a leste da Cidade da Guatemala.
Os “sequestros ocorridos hoje são tentativas desesperadas de membros de gangues que buscam chamar atenção e pressionar o Estado para recuperar seus líderes” transferidos para a penitenciária de segurança máxima Renovação 1, disse o ministro na sexta-feira.
“Nossa prioridade é proteger a vida dos reféns e restabelecer a ordem, sem ceder um único ponto diante desses criminosos”, acrescentou em sua conta de X.
Jiménez afirmou que, apesar das rebeliões, os líderes dos grupos criminosos permanecerão na prisão de segurança máxima.
As rebeliões começaram após, em 31 de julho, cinco líderes do Barrio 18 e cinco da Mara Salvatrucha terem sido transferidos para Renovação I, onde estão isolados e sem acesso a celulares.
As gangues Barrio 18 e Mara Salvatrucha – esta última declarada como organização terrorista pelos Estados Unidos – disputam o controle de territórios na Guatemala, onde extorquem comerciantes, transportadores e outros cidadãos. Aqueles que se recusam a pagar são assassinados.
Esses grupos também operam em Honduras, enquanto em El Salvador o presidente Nayib Bukele tem encarcerado desde março de 2022 milhares de supostos membros de gangues amparados em um regime de exceção criticado por grupos de direitos humanos, que denunciam uma série de detenções arbitrárias.
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