ROMA, 27 OUT (ANSA) – O consultor do Ministério da Saúde, Walter Ricciardi, voltou a defender nesta terça-feira (27) um lockdown nas regiões onde o novo coronavírus (Sars-CoV-2) mais circula, como em Milão e em Nápoles.   

Segundo o especialista italiano, “existem regiões do país onde a transmissão é exponencial e as últimas restrições adotadas, que podem ser efetivas no resto do território, não são válidas para deter a infecção” nesses locais.   

“Em Milão e em Nápoles, você pode pegar Covid entrando no bar, no restaurante, pegando o ônibus. Estar em contato com um positivo é muito fácil porque o vírus circula muito. Nessas áreas o bloqueio é necessário, em outras áreas do país não”, explicou.   

Ricciardi defendeu um novo lockdown, principalmente, porque nessas cidades as pessoas se reúnem com milhares de pessoas assintomáticas que retornam para casa, onde não se usa máscara, beija e abraça.   

A preocupação maior do consultor do governo é que a curva de contágio voltou a ter uma tendência exponencial e existe a apreensão de que o crescimento volte a aumentar a pressão sobre os hospitais, particularmente as unidades de terapia intensiva.   

Para o chefe da Coordenação da Covid-19 para os prontos-socorros da Lombardia, Guido Bertolini, com os recordes nos números de casos e mortes, “a única coisa que se pode fazer é fechar tudo, um bloqueio nacional”. ” A situação no pronto-socorro é dramática, não só na Lombardia, mas em todos os lados a nível nacional”.   

As declarações sobre um novo lockdown, no entanto, gerou polêmica com algumas das autoridades regionais. O governador da Lombardia, Attilio Fontana, por sua vez, excluiu a possibilidade de um bloqueio. “Excluo que haja condições para prever hipóteses deste tipo, aliás, todas as nossas intervenções vão no sentido de evitar qualquer tipo de lockdown”.   

As novas medidas para evitar a propagação do coronavírus Sars-CoV-2 na Lombardia devem ser divulgadas em um novo decreto ainda hoje. Nos últimos dias, Nápoles e Milão foram palcos de protestos violentos contra as regras mais rígidas anunciadas pelo governo italiano, após uma alta no número de casos e mortes pela Covid-19. (ANSA)