O Grupo de Governadores e Chefes de Supervisão (GHOS, em inglês), que supervisiona o Comitê de Basileia de Supervisão Bancária, chegou a um acordo sobre um pacote de regras, chamado Basileia III, que determina novos requisitos para os bancos, em uma reforma iniciada após a crise financeira. O encontro ocorreu no Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt.

As mudanças forçaram bancos ao redor do mundo a impulsionar seu “capital de segurança”, tornando-os mais preparados para reveses.

A última etapa da Basileia III tinha o objetivo de tornar medidas de risco mais transparentes e comparáveis ao redor do mundo. Autoridades dos Estados Unidos argumentaram que bancos europeus dependem muito de modelos internacionais que podem dar uma visão muito otimista da qualidade de seus balanços. Já autoridades europeias afirmam, em contrapartida, que as propostas vindas dos EUA os desfavorecem de modo injusto.

O compromisso firmado hoje deve forçar bancos, principalmente na Europa, a aumentar o tamanho de seu capital. O GHOS concordou com um piso de 72,5% para limitar a extensão que os bancos podem usar seus próprios modelos internos para computar o valor de ativos ponderados por risco. As novas regras devem ser incorporadas de modo gradativo entre 2022 e 2027.

Mario Draghi, presidente do BCE, que coordena também o GHOS, grupo que assinou as novas regras da Basileia III, disse que o acordo marcou o passo final no desenvolvimento de regras bancárias após a crise de 2009. “Agora é o momento para a implementação, não mais para o desenvolvimento de regras”, declarou.

Segundo Draghi, foi difícil chegar a um compromisso final, e, mesmo assim, ainda não está finalizado a reforma do sistema financeiro. “Com a implementação da Basileia III, o trabalho continua”, afirmou.

Valdis Dombrovskis, vice-presidente do grupo e responsável pela área de Estabilidade Financeira, disse que as regulações bancárias da UE devem fornecer uma “fundamentação para um sistema bancário estável, que apoia a economia europeia”. “As medidas que foram acertadas pelo Comitê da Basileia representa a última grande peça da reforma regulatória que foi lança após a crise financeira. Agora é essencial que todas as principais jurisdições implementem todos os elementos desse acordo”, declarou. (Equipe AE, com informações da Dow Jones Newswires)