Por Jesús Aguado

MADRI (Reuters) – O Banco Central Europeu provavelmente começará a aumentar as taxas de juros logo após encerrar seu programa de compra de títulos, no início do terceiro trimestre, com potencial de mais altas nos custos dos empréstimos nos próximos trimestres, disse a autoridade Pablo Hernández de Cos.

Seus comentários nesta quarta-feira vieram pouco depois de seu colega e presidente do banco central finlandês, Olli Rehn, dizer que o BCE deveria sair relativamente rápido do território de juros negativos para evitar expectativas de inflação desancoradas.

De Cos disse que uma retirada gradual do estímulo monetário extraordinário é adequada na situação atual, em que há riscos de alta para as projeções de inflação e o núcleo da inflação está “claramente” acima das expectativas de médio prazo, de cerca de 2%.

“Nos próximos trimestres, novos aumentos (de juros) podem ser feitos para atingir níveis em linha com a taxa de juros natural se a perspectiva de inflação de médio prazo permanecer em torno de nossa meta”, disse De Cos, sem especificar qual poderia ser a magnitude dessas potenciais elevações.

Os mercados financeiros precificam atualmente 112 pontos-base de aumentos na taxa de depósito do BCE, atualmente em -0,5%, até o final do ano, com o primeiro ajuste esperado para julho, com movimentos subsequentes em cada uma das reuniões de política monetária de 2022.

“Parece necessário que em nossas taxas de juros saiamos relativamente rápido do território negativo e continuemos nosso processo gradual de normalização da política monetária”, disse Rehn em discurso num seminário em Helsinque.

A maioria das autoridades do BCE já se manifestou a favor de um aumento de juros em julho, com vários também defendendo o aumento da taxa de depósito para território positivo neste ano.

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