A cena parece ter sido tirada de um filme de ação: em um vídeo de menos de 20 segundos, uma minivan subitamente dá marcha a ré, em alta velocidade, e quase atropela um grupo de policiais que sacam suas pistolas e atiram.

Esse material faz parte de uma série de vídeos, gravações e documentos relacionados com 101 investigações em curso em Chicago, divulgados apenas meses depois de intensos protestos deflagrados por um vídeo, no qual um policial branco mata um jovem negro a tiros, em 2014.

Com esse movimento, as autoridades dessa cidade de Illinois (norte dos EUA) esperam reparar as relações com uma população que desconfia de sua força policial, investigada pelo Departamento americano de Justiça por acusações de violações dos direitos civis.

“Todos concordamos em relação à ausência de confiança e em que uma maior transparência é essencial para reconstruir essa confiança”, disse a diretora da Ouvidoria de Polícia municipal, Sharon Fairley, em entrevista coletiva nesta sexta.

A maioria dos casos incluídos no material divulgado está classificada como “disparo de arma de fogo”, o que significa que pelo menos um oficial de Polícia estava envolvido em um tiroteio. Estão relacionados todos os casos abertos à consideração da Autoridade Independente de Revisão Policial (IPRA), dirigida por Fairley.

O IPRA foi alvo de críticas por sua lentidão na avaliação das ações policiais, principalmente no caso de Laquan McDonald, o jovem de 17 anos cuja morte deflagrou violentos protestos no ano passado.

Passado mais de um ano do ocorrido, o agente que atirou, Jason Van Dyke, ainda não havia sido acusado.

A procuradora-geral da cidade, Anita Alvarez, apresentou as acusações justo antes de o vídeo do tiroteio ter sido divulgado e após ser intimada por um juiz local.

nov/sst/ja/tt/lr