Autores de ataque na Austrália tinham ligações com Estado Islâmico, diz TV

ROMA, 15 DEZ (ANSA) – Os dois homens responsáveis pelo ataque ocorrido no último domingo (14) na praia de Bondi, em Sydney, teriam ligações com o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) há aproximadamente seis anos.   

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (15) pela emissora local ABC, citando a Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO), o serviço de inteligência doméstica de Canberra.   

Segundo a reportagem, os investigadores do país acreditam que os atiradores – pai e filho, identificados como Sajid Akram, de 50 anos, e Navved Akram, 24 – juraram lealdade ao EI em 2019.   

Bandeiras do grupo terrorista teriam sido encontradas em dois carros utilizados pelos autores do ataque. Ambos eram de origem paquistanesa. Além da inspeção nos veículos, a polícia australiana também fez buscas na casa dos criminosos e encontrou artefatos explosivos.   

A ASIO já investigava Naveed há cerca de seis anos, após a polícia australiana frustrar planos de um atentado ligado ao Estado Islâmico. Na ocasião, ele foi associado a Isaak El Matari, que atualmente cumpre sete anos de prisão por planejar uma insurreição do EI e se autoproclamar comandante australiano do grupo terrorista”, relatou a emissora.   

Apesar desse histórico, Naveed possuía uma licença válida para porte de arma. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, confirmou que a ASIO tomou conhecimento de Naveed pela primeira vez em outubro de 2019 e que ele foi investigado por um período de seis meses.   

No entanto, ao final desse processo, as autoridades concluíram que ele não representava uma ameaça imediata à segurança nacional.   

Os dois deflagraram um ataque a tiros durante uma celebração judaica em uma praia de Sydney, provocando a morte de ao menos 15 pessoas. Para o premiê de Nova Gales do Sul, Chris Minns, o crime foi planejado para atingir a comunidade de judeus.   

Testemunhas relataram que dois homens vestidos de preto saíram de um veículo na Campbell Parade, próximo ao Bondi Pavilion, por volta das 18h40 (horário local), e abriram fogo contra a multidão.   

De acordo com a imprensa australiana, os criminosos portavam fuzis semiautomáticos. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram cápsulas de balas espalhadas pelo chão e uma espingarda de ação por bombeamento abandonada na praia.   

Pelo menos 50 tiros foram disparados contra famílias reunidas na praia em um dos piores massacres antissemitas fora de Israel. O pai foi baleado e morto pelas autoridades, enquanto o filho foi desarmado por um civil e se encontra em estado crítico. (ANSA).