O geógrafo Mário Mantovani, diretor da SOS Mata Atlântica, nunca viu um governo ambientalmente tão relapso como o de Jair Bolsonaro e nem tanta destruição nos principais biomas brasileiros como está vendo agora. O fogo na Amazônia e no Pantanal é só a demonstração mais aparente de uma crise sem precedentes. Diante da fiscalização totalmente […]
O Pantanal, a maior planície alagável da Terra, entrou em colapso ambiental. Os efeitos do incêndio que já devastou 20% de sua área são considerados irreversíveis por alguns cientistas, comprometendo de maneira severa os recursos hídricos, a fauna e a flora do bioma numa escala nunca vista nas últimas décadas. Perto de 2,5 milhões de hectares de mata foram queimados nos últimos 30 dias, matando milhares de animais e transformando num inferno uma das regiões mais lindas do planeta. O número de pontos de fogo detectado neste ano, mais de 10 mil, ultrapassa a destruição somada dos últimos quatro anos.
Há duas epidemias que se cruzam no Brasil: a de coronavírus e a de estupidez. Aos poucos e sob a persistente influência do presidente Jair Bolsonaro, uma onda de obscurantismo se abate sobre o País e faz cada vez mais pessoas desprezarem ou minimizarem a ciência e a medicina. Só isso explica que, em meio a mais grave crise sanitária do século, cresça o número de cidadãos que compartilha a tese falaciosa, propagada pelo governo, de que vacinas não devem ser obrigatórias e causam mais riscos à saúde do que benefícios.
O presidente Jair Bolsonaro pode até declarar seu desprezo e aversão ao antecessor Lula, mas o fato é que o petista o inspira e ilumina. Apesar de ocuparem campos ideológicos opostos, o que se vê, na prática, é um Bolsonaro cada vez mais parecido com o desafeto, tanto na definição de suas políticas públicas como na estratégia populista para atrair eleitores. Seu objetivo é um só: como fez Lula, ele quer conquistar o apoio do cidadão pobre de um modo geral, em especial, o do Norte e do Nordeste, região em que perdeu as eleições. Bolsonaro está maquiando os programas sociais de Lula descaradamente e seguindo o cronograma de obras do adversário com o objetivo de se reeleger daqui a dois anos.
Não, ainda não é hora de voltar às aulas. O risco de contágio pelo coronavírus continua altíssimo. Mas como será o futuro? Como ficará o processo de aprendizado? Estamos perdendo tempo? Alguns dos principais pesquisadores do assunto no País dizem que para sair dessa enrascada educacional e pavimentar uma retomada sólida nos próximos meses, será preciso desenvolver, daqui para frente, novas modalidades de ensino híbrido, que combina atividades presenciais e não presenciais. O maior problema, porém, é que no Brasil há milhões de estudantes digitalmente excluídos, que estão, no momento, sem qualquer atividade escolar
O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, 68 anos, passou seis meses como ministro de Jair Bolsonaro, à frente da Secretaria do Governo. Deixou o cargo em junho do ano passado, demitido por causa de uma rede de intrigas criada contra ele pelo guru Olavo de Carvalho e pelo filho 02 do presidente, […]
O êxodo urbano, a saída em massa das metrópoles, virou uma tendência mundial e é verificado em muitas grandes cidades neste momento. Impelidas pela pandemia, as pessoas estão, simplesmente, abandonando áreas mais densas e se mudando para o interior, comprando e alugando casas ou aproveitando muito melhor as que já tinham. Com a disseminação do home office, quem pode e tem essa opção está indo para o campo ou para as praias, em busca de tranquilidade para trabalhar e, principalmente, de qualidade de vida e segurança sanitária.
Nestes dias, o Brasil atingirá a aterrorizante marca de 3 milhões de infectados e 100 mil óbitos. São 100 mil vidas ceifadas de forma súbita pela Covid-19. E não se trata apenas de um número gigantesco. São trajetórias pessoais, sonhos e projetos interrompidos por um vírus com enorme velocidade de contágio que poderia ter sido enfrentado antes e com a devida seriedade pelo governo e por muitas autoridades
A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), 26 anos, eleita em 2018 com 265 mil votos, representa a renovação da política brasileira. Filha de um cobrador de ônibus e com poucos recursos, desde jovem se destacou como uma das melhores alunas de sua escola. Graças a isso conseguiu bolsas de estudos que a levaram a estudar […]
Alguns dos piores traços do caráter nacional têm se manifestado com frequência, nas últimas semanas, e mostrado que a propalada cordialidade brasileira não demora um segundo para virar ilusão. São constantes as imagens de gente querendo ganhar discussões no grito, impondo autoridade, dando “carteiradas”, agredindo inocentes e, principalmente, recusando ser chamada de cidadã ou cidadão, como se fosse uma afronta. Parece que a cidadania virou uma ofensa pessoal e a grosseria deveria se impor como padrão de comportamento. Os problemas vão muito além da pandemia, estão nas nossas raízes, mas a exigência de uso de máscaras para proteção contra a Covid-19 e a proibição de aglomerações tornaram-se os maiores disparadores de discórdias. Agentes de saúde e profissionais de segurança, que tentam fazer as regras serem cumpridas, são alvos de pessoas que se acham superiores e expõem o lado mais pernóstico da nossa cultura, que tem no rebaixamento um de seus pilares. “Sabe com quem está falando?” é a frase preferida do anticidadão brasileiro para mostrar-se melhor do que os outros e burlar as regras.
Entre os absurdos cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro em seu governo, o maior e mais grave é a indução do uso da cloroquina e de seu derivado, a hidroxicloroquina, no combate ao coronavírus. Dos males que causou em 18 meses, nenhum se revela tão irresponsável e insensato. O que vê hoje é um presidente que vilipendia diariamente a ciência e a medicina e dá sucessivos exemplos de ignorância. A essa altura, em outras partes do mundo, ele já poderia estar sendo acusado de charlatanismo por incentivar o uso de substâncias farmacêuticas sem ser médico e afrontando um protocolo técnico de maneira despótica. Não há qualquer comprovação de que a droga que ele promove funcione. Pelo contrário, todos os ensaios preliminares com alguma credibilidade mostram que causa mais malefícios do que benefícios, aumentando o risco de arritmias e ataques cardíacos nos contaminados. Mesmo assim, agora que diz estar doente, que seu teste deu positivo para a Covid-19, ele intensifica seus esforços para alardear os milagres da cloroquina. Começou a tomá-la assim que se sentiu mal, domingo 5. E adotou o tratamento desde então. Como bom garoto-propaganda, caso se cure, vai dizer que foi graças à ela.