O suposto autor do atentado que deixou 30 feridos em setembro no metrô de Londres odiava a Grã-Bretanha desde a morte de seus pais durante a guerra no Iraque, revelaram testemunhas nesta segunda-feira.

“Tenho que odiar à Grã-Bretanha”, afirmou Ahmed Hasan Mohamed Ali a sua tutora Katie Cable, na Universidade Brooklands, no sudoeste de Londres, segundo o testemunho da mulher.

“Me parece que Ahmed contou que seu pai morreu em uma explosão e que sua mãe também morreu” durante a guerra no Iraque, e considerava a Grã-Bretanha responsável por sua participação no conflito.

Cable descreveu o iraquiano de 18 anos como uma pessoa “incrivelmente atormentada, assustada e perdida, presa do tédio” e que sofria de depressão.

Sobre suas capacidades intelectuais, Cable o descreveu como um estudante “muito inteligente”.

A tutora alertou as autoridades após ter visto no smartphone do jovem uma mensagem que dizia: “[o grupo] Estado Islâmico aceitou sua doação”.

Yusef Habibi, um voluntário da organização social Barnado, declarou que o pai de Ahmed “era taxista e em uma manhã quando trabalhava uma bomba caiu sobre ele”. “Sua mãe faleceu quando ele era muito mais jovem. Ele não se lembrava dela”.

Segundo Habibi, o jovem culpava o Exército americano pela morte dos pais.

Ahmed Hasan Mohamed Ali, que morava em Surrey, no sudoeste de Londres, e estudava jornalismo na Universidade Brooklands é acusado de tentativa de assassinato e uso de explosivo no ataque ao metrô, e se declara inocente.

A bomba de fabricação caseira carregada por Ahmed explodiu parcialmente em um vagão do metrô na estação de Parsons Green, ferindo 30 pessoas.