A Justiça americana acusou nesta terça-feira (12) o autor do atentado de segunda-feira em um túnel do metrô de Nova York, Akayed Ullah, de terrorismo e de apoiar o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O procurador-federal de Manhattan se prepara para indiciar rapidamente o imigrante de Bangladesh, de 27 anos, por cinco acusações.

Ullah, morador do bairro do Brooklyn, explodiu parcialmente uma bomba de fabricação caseira em um túnel subterrâneo, que une a Times Square a Port Authority.

Ele será indiciado por apoiar o EI, utilizar armas de destruição em massa e de colocar uma bomba em local público.

Três pessoas ficaram levemente feridas na explosão, enquanto o autor do ataque sofreu feridas e queimaduras nas mãos e abdômen.

A radicalização de Ullah, que chegou aos Estados Unidos em 2011, remonta a 2014, quando começou a assistir na internet a propaganda difundida pelo EI, segundo a Justiça.

Os investigadores apontam que o homem começou a reunir “duas ou três semanas atrás” o material necessário para a fabricação da bomba – fios elétricos, uma bateria de 9 volts, parafusos de metal – que ele montou em seu apartamento.

Pouco antes da explosão da bomba, o suspeito postou uma mensagem no Facebook dirigida ao presidente dos Estados Unidos: “Trump, você não conseguiu proteger seu país”. Além de uma outra declaração dirigida aos partidários do grupo jihadista “para mostrar que havia cometido o ataque em nome do EI”.

– Preocupante –

A informação divulgada pelo procurador parece confirmar que Ullah se radicalizou nos Estados Unidos.

Um oficial do serviço de combate ao terrorismo de Bangladesh confirmou à AFP que o “nome do suspeito não está em nossa longa lista de pessoas radicalizadas ou membros de grupos terroristas”.

Mesmo assim, as autoridades locais desse país muçulmano continuam a investigar. Nesta terça-feira, interrogaram familiares do suspeito em Dacca, começando por sua esposa de 25 anos e seu pai, embora nenhum deles seja suspeito.

Um amigo da família de Ullah indicou que ele se casou há dois anos, mas não levou sua esposa para os Estados Unidos. Ele retornava com frequência ao país de origem, atingido por uma série de ataques jihadistas nos últimos anos.

Sua última viagem foi em setembro, após o nascimento de seu primeiro filho, quando passou um mês com a família, segundo esse conhecido, que também assegurou que o homem rezava “cinco vezes por dia na mesquita”.

Depois de chegar a Nova York com um visto de reagrupamento familiar – seu tio, naturalizado americano, vive no Brooklyn, de acordo com New York Times – Ullah começou a trabalhar, como muitos imigrantes, como taxista e depois como eletricista, segundo a imprensa americana.

Nos últimos tempos, vivia em uma área do Brooklyn com uma grande população originária de Bangladesh.

Os sinais de radicalização aparentemente passaram despercebidos pela polícia de Nova York, uma cidade onde os recursos antiterroristas foram consideravelmente fortalecidos após os ataques de 11 de setembro de 2001.

O prefeito Bill de Blasio afirmou na segunda-feira à noite que a polícia conduz um trabalho de detecção de extremistas islâmicos “muito sólido” e que beneficia de uma cooperação reforçada com as diferentes comunidades imigrantes.