A autópsia de um homem preso por corrupção na Venezuela que morreu na quinta-feira sob custódia policial determinou que ele cometeu suicídio, anunciou nesta sexta (21) o procurador-geral, Tarek William Saab, após questionamentos de organizações de direitos humanos.

“A autópsia teve como resultado que” Leoner Azuaje Urrea, de 39 anos e um dos 61 detidos em operações anticorrupção realizadas no país caribenho nas últimas semanas, “morreu por asfixia mecânica”, disse Saab no Twitter.

“Perícias realizadas pela Unidade Criminalística do Ministério Público” determinaram que Azuaje Urrea usou “lençóis para se enforcar no quarto onde estava detido” na sede do serviço de inteligência (Sebin) em Caracas, acrescentou.

Azuaje havia sido apresentado a um tribunal na madrugada de quarta-feira por acusações de corrupção na estatal Cartones de Venezuela, no contexto de operações contra a corrupção iniciadas no mês passado.

“Também foram encontradas várias cartas dirigidas à sua família mencionando a decisão dele de atentar contra sua vida”, afirmou Saab, que garantiu que em uma entrevista com um psicólogo que tratava o ex-funcionário foi confirmado que “ele era um paciente com transtornos e sinais de ataque de ansiedade”.

Uma das principais organizações defensoras dos direitos humanos na Venezuela, Provea, pediu na quinta-feira uma “investigação independente sobre esta lamentável morte” para identificar “responsáveis”.

Pelo menos 12 presos por corrupção e por crimes políticos como conspiração morreram na prisão durante a última década, alguns deles entre denúncias de tortura.

Provea disse que “o suposto ‘suicídio’ de Leoner Azuaje Urrea mostra que na Venezuela persistem condições de reclusão que não garantem a integridade e a vida de pessoas sob custódia do Estado”.

erc/gm/ic/dd