BRUXELAS, 23 MAI (ANSA) – Áustria, Dinamarca, Países Baixos e Suécia propuseram a exigência de “reformas” como contrapartida para emprestar dinheiro a Estados-membros da União Europeia durante a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.   

Defensores da austeridade fiscal no bloco, os quatro países apresentaram uma contraproposta ao plano anticrise de Alemanha e França, que querem a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para ajudar os Estados-membros.   

No documento visto pela ANSA, Áustria, Dinamarca, Países Baixos e Suécia também propõem a criação de um fundo de emergência, porém com duração limitada a dois anos e para oferecer “empréstimos em condições favoráveis, em troca de um forte compromisso com reformas”.   

A proposta foi enviada a todos os governos da UE e defende que essa é a melhor forma de “limitar o risco para todos os Estados-membros”. “Não podemos concordar com quaisquer instrumentos ou medidas que levem à mutualização da dívida ou a aumentos significativos do orçamento europeu”, diz o texto.   

A Itália, que apoia a proposta franco-alemã, já se manifestou em tom crítico sobre o plano de Áustria, Dinamarca, Países Baixos e Suécia. “Uma recessão tão dura exige propostas ambiciosas e inovadoras. O documento dos países ‘frugais’ é defensivo e inadequado. Precisamos de mais coragem”, disse o ministro italiano das Relações Europeias, Enzo Amendola, no Twitter.   

Alemanha e França – O projeto franco-alemão é baseado em um fundo de 500 bilhões de euros financiado pela emissão de títulos de dívida comunitários garantidos pela UE.   

Dessa forma, Bruxelas conseguiria dinheiro no mercado a juros mais baixos do que se alguns países, como Itália, Grécia, Espanha e Portugal, o fizessem individualmente.   

Os recursos seriam repassados aos Estados-membros em dificuldades econômicas por causa da pandemia e pagos pela Comissão Europeia com o orçamento comunitário, que é o conjunto das contribuições financeiras de cada país. (ANSA)