O gigante de mineração Glencore foi impedido de expandir suas operações perto de um local sagrado dos povos nativos australianos, onde esperava depositar rochas tóxicas e combustíveis.
A anglo-suíça Glencore buscou aprovação para depositar as rochas inflamáveis a uma altura de 140 metros ao lado do local sagrado de Barramundi Dreaming, pelo período dos próximos 15 anos. O objetivo era dobrar o tamanho da mina de chumbo e de zinco, que o grupo opera por meio de uma subsidiária no estado do Território do Norte.
A empresa argumentou que tinha a permissão de seis guardiões nativos locais, o que foi contestado por um grupo maior de moradores tradicionais.
De qualquer modo, o ministro do Patrimônio do governo do Território do Norte, Chansey Paech, rejeitou na terça-feira (15) o pedido da Glencore para reverter uma decisão da Autoridade de Proteção de Áreas Originárias, que determinou que a empresa deve consultar até 180 guardiões.
O chefe da Autoridade de Proteção, Benedict Scambary, destacou que a decisão do ministro “põe todos os empreendedores em alerta de que uma consulta cosmética não é suficiente”.
“Proteger sítios sagrados não é uma caixinha a ser marcada (em um formulário), ou um obstáculo a ser evitado”, acrescentou.
Hoje, a subsidiária da Glencore afirmou que continuará negociando um acordo de uso do solo com os povos nativos.
“Continuamos comprometidos com essas negociações e com as consultas com os povos originários”, anunciou a empresa, em um comunicado.
No ano passado, legisladores australianos que investigavam a destruição de um local sagrado de pedra de 46.000 anos, por parte da mineradora Rio Tinto, visitaram a comunidade indígena próxima da mina McArthur River, de Glencore.
Nela, os moradores expressaram suas preocupações com os planos de expansão da Glencore.