A Austrália está “aberta” à ideia de que o cidadão australiano condenado na Nova Zelândia a prisão perpétua pelo massacre de Christchurch seja transferido a seu país natal para cumprir a sentença, afirmou o primeiro-ministro Scott Morrison.

O supremacista branco Brenton Tarrant foi condenado na quinta-feira a prisão perpétua pelo assassinato de 51 fiéis muçulmanos em 2019 em duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia.

Pouco depois da condenação, o vice-primeiro-ministro neozelandês, Winston Peters, afirmou que Tarrant, de 29 anos, deveria ser transferido a uma prisão australiana.

“A comunidade muçulmana e toda Nova Zelândia já sofreram o suficiente para ter que pagar quantias astronômicas para que permaneça seguro em nosso sistema penitenciário”, disse Peters.

O primeiro-ministro australiano afirmou que não recebeu nenhum pedido a respeito de uma possível transferência do criminoso, mas disse que está disposto a conversar sobre o tema com a colega neozelandesa, Jacinda Ardern.

“Que permaneça detido na Austrália ou na Nova Zelândia, estamos abertos a discutir”, declarou ao canal Seven News.

“A primeira-ministra da Nova Zelândia e eu vamos conversar sobre isto e uma possível decisão levará em consideração, de modo prioritário, os desejos dos sobreviventes e das famílias das vítimas”, completou.

Tarrant, um ex-treinador em uma academia na zona rural da Austrália, se mudou em 2017 para a Nova Zelândia, onde planejou um ataque à comunidade muçulmana.

De acordo com documentos do governo, a prisão de Tarrant representará um gasto de 4.900 dólares neozelandeses (2.756 euros, 3.240 dólares) por dia, contra os 302 dólares neozelandeses por um detento comum.

Os documentos afirmam que o assassino é “suscetível de apresentar um risco sem precedentes” para a Nova Zelândia.