Em meio à crise econômica e diante do risco de ter um orçamento ainda mais reduzido no ano que vem, o Ministério do Meio Ambiente ampliou a comitiva que vai para a Conferência do Clima (COP) da Organização das Nações Unidas e vai desembolsar cerca de R$ 500 mil para levar 29 servidores para Bonn, na Alemanha. A COP começa na segunda-feira, 6, e vai até o dia 17.

São nove pessoas a mais do que a equipe que a pasta levou para a conferência do ano passado, realizada em Marrakesh e quase o triplo da que foi à Conferência de Paris, em 2015, a mais importante dos últimos anos sobre mudanças climáticas. Foi lá que foi fechado o Acordo de Paris, esforço com o qual 196 países se comprometeram a combater o problema.

Desde então, em reuniões menores e nas conferências anuais (do ano passado e esta agora), os países vêm se reunindo para decidir como vão colocar o acordo de pé. O evento de Bonn é considerado de “meio do caminho”, uma vez que somente em 2018 deve ser concluído o chamado “livro de regras” – a regulamentação sobre como de fato o acordo vai funcionar.

A reportagem apurou que a quantidade de pessoas levadas para Bonn chegou a provocar um mal-estar entre funcionários do ministério, por não verem justificativa para tantas pessoas viajarem em meio a um cenário de crise.

O custo por servidor, de acordo com o próprio órgão, é de R$ 17 mil (valor que inclui passagem, hospedagem e diárias).

Além da diplomacia

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Por meio de nota, o ministério disse que o número de servidores se justifica porque o País organiza o Espaço Brasil, uma espécie de estande onde ocorrem vários eventos para discutir temas relativos ao clima, como florestas e energia. Países como Estados Unidos e China também têm seus espaços próprios. Para este ano, ao longo das duas semanas, estão previstos 60 eventos, muitos dos quais são conduzidos por universidades e ONGs.

“Daí a necessidade de uma quantidade maior de servidores – o Brasil deixou de participar apenas das negociações diplomáticas e passou a protagonizar entre os espaços com maior destaque da conferência”, diz a nota. O Espaço Brasil, porém, não é novidade. Ele já tinha sido organizado na conferência de 2016, com cerca de 40 eventos. E em 2015, em Paris, houve também uma semana de discussões e apresentações paralelas na Embaixada do Brasil.

Segundo a nota, o ministério “é o grande ator e responsável pela imagem do País na conferência”. A gestão Michel Temer tem sido alvo de críticas na área ambiental, após propor a redução de áreas de conservação e a extinção de uma reserva mineral na Amazônia.

A pasta diz que nesta conferência, “além da presença da Secretaria de Mudança do Clima e Floresta, unidade de planejamento da política climática no ministério, essencial nas mesas de negociação, contará também com Serviço Florestal Brasileiro, Agência Nacional de Águas e Ibama, cuja atuação na gestão, fiscalização e conservação ambiental é fundamental para a implementação da contribuição brasileira assumida sob o Acordo de Paris e o atingimento das metas nacionais de redução dos gases de efeito estufa”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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