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A pulga continua atrás da orelha: por que Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de Michelle Bolsonaro? Não faltou gente perguntando isso ao seu marido, o presidente da República, que sempre se irritou quando confrontado com o fato. Quem deixa a pulga no incômodo lugar é o procurador-geral da República, Augusto Aras. Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal, Aras se posicionou contrário a abertura de investigação para descobrir como e por qual razão os cheques perfazendo tal valor foram depositados. O jeito, então, é insistir na pergunta junto ao marido: presidente, por que Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de sua mulher? Sobre Queiroz pesa a acusação de ter sido o capo do esquema de rachadinha no gabinete do agora senador Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro — o capo de capi seria o próprio Flávio. Procurador-geral Aras, se curiosidade matasse, muita gente já estaria morta nesse episódio. Mas isso é jargão, somente modo de falar. Uma coisa, no entanto, é fato concreto: não apurar eventuais crimes, isso mata mesmo a democracia e o Estado de Direito.

SAÚDE
Sem reajustes nos planos

Abed Zagout

Na semana que vem, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá anunciar que os contratos dos planos individuais não terão reajuste. Eles traduzem 20% do mercado. Motivo: devido à pandemia, os procedimentos eletivos foram sensivelmente reduzidos e, em decorrência disso, os segurados gastaram muito menos.

MILITARES
A França não é aqui

PRESSIONADO Emmanuel Macron, na Conferência sobre o Futuro da Europa, em Estrasburgo: a punição aos golpistas militares virá pelas próprias Forças Armadas (Crédito:FREDERICK FLORIN)

Alguns militares, na França, deliram como um certo capitão delira no Brasil quando fala em “meu Exército”, fazendo bravatas com possibilidades de golpe de Estado com apoio das Forças Armadas. Os franceses tem um presidente de verdade, com acertos e erros inerentes à função, mas eles têm um presidente de verdade: Emmanuel Macron. Ele recebeu novas ameaças, anônimas, de homens e mulheres que se dizem militares da ativa e da reserva. Afirmam que derrubam-no caso “não tenham fim as concessões ao islamismo” — seria a guerra civil. As ameaças foram divulgadas pela publicação de extrema direita “Valeurs Actuelles”. Não há dúvida de que o grupo será descoberto e punido, garantem as Forças Armadas: lá, governo e parlamento levam a sério a lei que proíbe militares de falarem sobre política. Se quiserem delirar que estão desfilando sob o Arco do Triunfo, que delirem. Mas falar, isso não.