Áudios enviados em um grupo de alunos no WhatsApp revelaram ofensas racistas feita por uma das estudantes contra uma das professoras e o coordenador do curso de técnico de enfermagem em Botucatu, em São Paulo.

De acordo com o G1, a aluna ofendeu a enfermeira aposentada da Unesp de Botucatu, Luzia Aparecida Martins da Silva, de 56 anos, e o coordenador do curso, José Carlos Camargo, de 53 anos. Nos áudios, a garota xinga José de “nego sujo” e ainda diz que “dar poder a negro dá nisso”, se referindo ao método de estudo aplicado.

Depois da divulgação dos áudios, José e Luzia registraram um boletim de ocorrência e o inquérito foi instaurado. Segundo Luzia, o conteúdo foi revelado no dia 01 de março, quando Camargo recebeu uma mensagem de outra estudante do curso contando sobre o que havia ouvido no grupo de WhatsApp.

A aluna responsável por revelar o ocorrido afirmou que se sentia indignada com a postura da colega, não só pelo teor absurdo das ofensas, mas por ela também ser negra.  “Só que por eu ser preta, eu sei que no cotidiano da vida da gente, a gente ouve muito isso, que preto não pode isso, que preto não pode aquilo. E agora que eu consegui correr atrás de uma profissão, porque trabalho e graças a Deus eu sempre trabalhei desde nova, nunca tive preguiça de trabalhar, mas ouvir, de novo, que preto não pode crescer na vida, que preto não pode isso e não pode aquilo, me doeu muito e eu acho que deveria passar isso pra você”, disse a estudante ao coordenador.

Por meio de um comunicado, o Colégio Técnico Maria Vitória disse que repudia quaisquer formas de discriminação e preconceito racial, mas salienta que os fatos aconteceram fora do ambiente escolar.