SÃO PAULO, 31 OUT (ANSA) – As primeiras audiências na Superior Corte de Justiça de Londres, na Inglaterra, da ação do ex-piloto da Ferrari Felipe Massa sobre a temporada de 2008 da Fórmula 1 chegaram ao último dia nesta sexta-feira (31).
Os magistrados britânicos ouviram os advogados do paulista de 44 anos e os três réus no caso: a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a empresa Formula One Management (FOM) e o ex-presidente da F1 Bernie Ecclestone.
Os representantes dos réus desejam que a ação aberta por Massa seja extinta ou julgada de forma sumária, pois defendem que os argumentos do ex-piloto da categoria máxima do automobilismo mundial não se sustentam. Por outro lado, o brasileiro quer que o processo, aberto no início de 2024, continue vivo na Justiça britânica.
A defesa de Massa pede uma indenização de pouco mais de R$ 450 milhões em relação ao chamado “Singapuragate”, quando o compatriota Nelsinho Piquet bateu intencionalmente no Grande Prêmio de Singapura de 2008 para ajudar o então parceiro de Renault, Fernando Alonso, a vencer a prova. Além disso, Lewis Hamilton foi campeão da temporada com somente um ponto à frente do brasileiro.
No documento apresentado pelos representantes legais de Massa, um trecho cita que o paulista não deseja alterar o resultado final da edição de 2008 da F1, mas quer uma compensação financeira pelos danos causados.
Relembre o caso – O título de 2008, o primeiro dos sete conquistados por Hamilton, foi decidido por uma margem estreita com o brasileiro terminando apenas um ponto atrás do britânico.
Porém, Massa acredita que foi injustiçado no GP de Singapura, a 15ª das 18 corridas previstas para aquele ano, vencida por Alonso.
O ex-piloto afirma que, para ajudar o espanhol a vencer, sua equipe ordenou que seu segundo piloto, Nelsinho Piquet, saísse deliberadamente da pista e batesse em um muro.
Alonso, que largou na 15ª posição no grid, tinha acabado de fazer um pit stop no momento do acidente e a intervenção do safety car permitiu-lhe ultrapassar todos os outros pilotos, que depois tiveram que parar nos boxes.
Massa, que liderava a corrida no momento do acidente, teve uma parada que se transformou em um pesadelo, com o brasileiro reiniciando a corrida com a mangueira de combustível ainda presa ao carro. Ele terminou em 13º lugar enquanto Hamilton, em terceiro, conquistou pontos que lhe garantiram o título.
Na temporada seguinte, Nelsinho revelou que bateu seu carro por ordem de sua equipe. Já Ecclestone, chefe da F1 na época, admitiu em entrevista que a classificação do GP de Singapura não deveria ter sido validada e que o título mundial deveria ter ido para o brasileiro. (ANSA).