Conhecida por ter interpretado a índia Tainá, do filme homônimo, Eunice Baía fez um desabafo sobre não conseguir parcerias ou trabalhos durante a gestação. Esperando o segundo filho, a atriz compartilhou prints de uma conversa com uma marca de fraldas que se negou a fechar negócio com ela por ser indígena.

Filho de Gugu lança campanha para doação de órgãos

‘Se Deus quiser o presidente cai’, dispara Anitta sobre Bolsonaro

“Olha, muitas vezes cansa. Nascemos sabendo e enfrentando a luta pela vida, pela demarcação das nossas terras e territórios, por espaço e trabalho, e por tudo que nos foi tirado. Ainda tem estas falsas inclusões e discursos de igualdade, representatividade na diversidade que nunca nos preenche. Estão há cinco séculos nos dizimando de tudo, até das possibilidades de existir em campanhas, dramaturgias, de mostrar que estamos vivos”, começou.

“Muitas vezes eu tento contato com marcas, de muitas delas eu recebo ao menos o e-mail de contato, alguma mensagem que parece nos notar, mas dessa vez eu fiquei bem impressionada como já mostraram nem ter espaço nem para conhecer minhas ideias. É muito confuso às vezes, qualquer lugar que eu frequento, que faço algum trabalho e me identificam como a atriz que fez Tainá, eu recebo muito carinho, como aqui no Insta, que é uma chuva de mensagens de amor, afeto e identificação. Eu tô grávida, à espera do meu segundo filho. Muitas crianças e até adultos ao me conhecerem se chocam que eu cresci, porque a minha imagem para muitos está parada lá no filme Tainá”, continuou.

De acordo com Eunice, o preconceito com indígenas é muito grande porque eles não são representados na dramaturgia brasileira. “Sabe porque continua assim? Porque além de surgirem poucas oportunidades pra mim, ainda não tem referência de representatividade indígena, tanto para quem é criança agora ou pra quem já foi. Essa marca que me respondeu é de fraldas. Bebês indígenas não podem usar fraldas? Na cabeça da sociedade isso é tão impossível assim? Vejo atrizes e influencers montarem um enxoval inteiro com trabalho de publi. É triste ver que isso nunca aconteceu com uma indígena. Estou com oito meses de gestação, todas as oportunidades que achei que teria foram negadas. Descolonizem seus pensamentos. Representatividade é poder, e talvez por isso grandes empresas nos apaguem conscientemente. O Brasil é terra indígena, estamos retomando”, completou.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Confira a publicação completa:

https://www.instagram.com/p/CT5QxtDJxVS/?utm_source=ig_web_copy_link


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias