A atriz e diretora Jodie Foster revelou que não se apresenta em uma peça de teatro há mais de 40 anos por causa de uma experiência traumática que ocorreu enquanto ela estava envolvida em uma produção universitária quando tinha 18 anos.

A estrela de “Taxi Driver” e “True Detective” compartilhou ter se afastado dos palcos após John Hinckley Jr. tentar assassinar o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, para impressioná-la, em 1981.

Hinckley foi posteriormente inocentado em virtude de seus problemas psiquiátricos e internado em um hospital, porém, o incidente fez o mundo de Jodie, que tinha apenas 18 anos na ocasião, “desmoronar”.

Em entrevista à revista americana Interview com a também atriz Jodie Comer, de “Killing Eve”, Foster, atualmente com 61 anos, relembrou o período conturbado durante sua passagem pela Universidade de Yale.

“Finalmente consigo admitir que a única peça de teatro que fiz na faculdade foi marcada por um grande trauma. A produção estava agendada para dois finais de semana. Fiz o primeiro, mas entre um fim de semana e outro, John Hinckley atirou no presidente. Foi um momento epopeico”, disse.

“O mundo desmoronou, havia agentes do Serviço Secreto por toda parte, eu tinha seguranças e fui levada para uma casa isolada. Mesmo assim, tive a ideia estúpida de que ‘o show tem que continuar’. Pensei: ‘Tenho que fazer a segunda apresentação’. Eu tinha acabado de completar 18 anos”, falou.

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Em seu retorno, Jodie direcionou sua atenção a um membro específico da plateia, porém, posteriormente, descobriu que o homem estava portando uma arma de fogo.

“Havia pessoas e câmeras por todos os lados. Notei um homem na primeira fila, que estava lá pela segunda noite consecutiva, e decidi passar a peça inteira gritando ‘f*****, filho da p***!’ para ele. Apenas decidi que ele faria parte da peça. No dia seguinte, descobrimos que esse homem tinha uma arma e a havia levado para a performance, e depois fugiu. Então, eu estava em uma aula quando um segurança chegou e me jogou no chão, o que foi extremamente constrangedor, já que havia apenas 10 pessoas na sala”, contou.

Foster disse acreditar que a fase desafiadora influenciou sua relação com a performance teatral e não descartou um retorno aos palcos no futuro.

“Foi um momento traumático, e nunca admiti que isso poderia ter influenciado minha decisão de nunca mais fazer teatro. Está tudo interligado. Consegui me convencer a amar e assistir a peças, mas, de uma certa forma, sempre senti que não poderia me comprometer a atuar [no teatro] novamente”, disse.

“Posso me tornar a primeira pessoa de 80 anos a subir ao palco com um andador”, finalizou.