O ex-presidente do Equador, Lenín Moreno, defenderá a causa dos deficientes após se radicar no Paraguai como comissário da OEA nessa missão regional, disse o ex-chefe de Estado em entrevista à AFP.

“A partir do Paraguai queremos criar um centro que irradie as políticas sobre deficiência na região sul da América do Sul”, disse o ex-governante, que esclareceu que sua ausência do Equador não tem relação com rivalidades políticas, nem denúncias judiciais.

Moreno, que já foi enviado especial para temas sobre deficiência da ONU durante a administração de Ban Ki-Moon (2013-2016), disse que sua missão será registrar em uma lista pessoas com deficiência para atendê-las e oferecer assistência para suas necessidades: cadeiras de rodas, andadores, camas ortopédicas, colchões, promover cirurgias oculares ou auditivas e controlar sua atenção através das redes sociais.

Moreno empreendeu uma experiência semelhante em seu país com 500 mil pessoas quando era vice-presidente de Rafael Correa (2007-2013), através de um programa conhecido como “Manuel Espejo”, em homenagem a uma líder feminina que atendeu há dois séculos as pessoas com deficiência.

Segundo o ex-presidente equatoriano, 12% da população mundial sofre com algum tipo de deficiência.

“Não se dão as condiciones para que possam se deslocar minimamente, pela falta de rampas em lugares públicos, para entrar nos banheiros inclusive. Os países das Américas firmaram uma convenção internacional para prover acessibilidade, mas, na prática, isto não está sendo levado adiante”, afirmou.

O político disse que uma das etapas de seu plano seria reunir-se com Elon Musk (Tesla) e Bill Gates (Microsoft) para que incluam a deficiência no metaverso, a internet do futuro.

O novo comissário da OEA, de 68 anos, é portador de deficiência e se desloca em cadeira de rodas desde os 45, quando foi vítima de um assalto no qual foi atingido por um disparo na coluna, que o deixou paraplégico.