CAPRI, 10 AGO (ANSA) – Um turista brasileiro, cuja identidade não foi revelada, sofreu um acidente na ilha de Capri, na Itália, e teve que esperar seis horas para ser transportado para um hospital devido à ausência de uma ambulância e a não chegada do helicóptero de emergência. A demora no resgate provocou uma polêmica em relação à política do sistema de saúde da região.
A denúncia foi feita neste sábado (10) pelo chefe de Saúde de Capri, Bruno d’Orazi, o qual explicou que a vítima foi atingida por uma bicicleta elétrica ontem (9), por volta das 21h (horário local), mas só chegou no hospital Cardarelli de Nápoles às 3h da madrugada de hoje. “A ausência da ambulância para a ajuda determinou a permanência prolongada de um paciente ferido gravemente e intubado, esperando para ser transferido para Nápoles, enquanto a ambulância estava dando auxílio a um código vermelho em outro lugar”, explicou. Desta forma, o brasileiro precisou aguardar o retorno do veículo para ser levado ao heliporto. Ao chegar lá, no entanto, o helicóptero não estava no local porque “foi parado por razões técnicas em Nápoles”. Somente depois de muito tempo, o homem foi levado ao hospital por meio de uma ambulância aquática e está internado em estado grave. A negligência médica provocou polêmica e protesto em Anacapri, onde o turista estava hospedado. O presidente da associação hoteleira Federalberghi da região, Sergio Gargiulo, propôs uma mobilização para fechar a ilha, “apertar as atividades econômicas mesmo em meados de agosto, quando a ilha está cheia de turistas, porque o direito à saúde dos moradores e dos próprios turistas é muito mais importante que os negócios”. O executivo ainda fez um apelo à ministra da Saúde Giulia Grillo e à região da Campânia para realizarem uma intervenção com urgência no sistema de saúde local. “Não é possível que uma ilha como Capri que dá tanto à nossa região, que é um emblema no mundo da beleza da Itália, seja deixada do ponto de vista da saúde, que seus cidadãos sejam considerados série B e que nem eles nem seus convidados estão protegidos”, acrescentou Gargiulo.
Após as críticas, a administração municipal de Capri anunciou que disponibilizará três ambulâncias para ficar de plantão na alta temporada, a partir da próxima segunda-feira (12) até o dia 30 de setembro. “O resultado alcançado hoje é a primeira etapa de um caminho sério e silencioso de compromisso e trabalho, que a nova administração municipal está realizando e que deve levar à superação das questões críticas quando a situação se deteriorar”, afirmou o prefeito de Capri, Marino Lembo. (ANSA)