21/02/2017 - 11:22
BOGOTÁ, 21 FEV (ANSA) – O atraso na apuração dos votos das eleições presidenciais no Equador, cujo resultado só deve ser conhecido na próxima quinta-feira (23), instaurou um clima de incerteza no país e provocou críticas do candidato opositor Guillermo Lasso.
Com 93% das urnas escrutinadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o governista Lenín Moreno, apoiado pelo presidente Rafael Correa, aparece com 39,18% dos votos, enquanto o banqueiro Lasso está na segunda posição, com 28,38%. Se ultrapassar os 40% e mantiver ao menos 10 pontos de vantagem sobre o rival, Moreno será eleito em primeiro turno.
“Isso cheira mal. Como podem demorar três dias para apurar 12%?”, questionou o opositor na noite da última segunda-feira (20), quando a apuração ainda estava em 88% e após o CNE ter anunciado que o resultado definitivo só seria divulgado dentro de três dias.
Segundo o presidente do órgão, Juan Pablo Pozo, os dados disponíveis ainda são insuficientes para determinar se haverá segundo turno. Para justificar o atraso, ele mencionou “dificuldades” na transmissão de dados e problemas causados por “votos inválidos”.
“Fazemos um chamado aos cidadãos para esperarem os resultados oficiais em um ambiente de paz, pois existem margens estreitas para definir se haverá segundo turno ou não”, declarou Pozo.
Moreno disse estar seguro de que superará a barreira de 40% dos votos, mas já admite a possibilidade de adiar uma eventual vitória.
“Vejo que existe uma projeção que nos daria 40%, mas se isso não acontecer, continuarei minha campanha”, afirmou o candidato ao canal de televisão “Telesur”. Em seu perfil no Twitter, Correa pediu para seus apoiadores se prepararem para uma “campanha suja”. “A melhor resposta será a vitória”, garantiu.
Além de um teste para o presidente, que chegou a flertar com a hipótese de um quarto mandato, as eleições no Equador são acompanhadas com atenção pela esquerda latino-americana, que viu o subcontinente enfrentar uma guinada conservadora nos últimos anos, principalmente no Brasil, na Argentina e na Venezuela.
(ANSA)