SÃO PAULO (Reuters) – A colheita brasileira de café teve um início mais lento neste ano, atingindo até a véspera 13% da produção estimada, com cafeicultores lidando com escassez de mão de obra, questões climáticas ou aguardando maior maturação para obter um produto de melhor qualidade, disse a consultoria Safras & Mercado nesta quarta-feira.

Considerando o percentual e a estimativa de safra brasileira de 61,1 milhões de sacas de 60 kg, a consultoria estima colheita de cerca de 8 milhões de sacas.

Os trabalhos estão abaixo de igual época do ano passado, quando o produtor havia colhido 17% do total, e são inferiores à média dos últimos cinco anos para o período, que também gira em torno de 17% da produção.

“A falta de mão de obra também serve de justificativa para um início mais lento. E, por fim, há a própria postura do produtor, mais capitalizado e menos afoito para entrar nas lavouras, preferindo esperar um estádio mais adequado de maturação dos frutos”, disse o analista Gil Barabach.

Ele citou ainda uma maturação mais lenta nas lavouras do conilon, por conta do excesso de umidade nos estágios finais do ciclo.

Os trabalhos estão atrasados especialmente no Espírito Santo, e a colheita de conilon no país alcançou 22% da safra, contra 26% no mesmo período da temporada passada e 29% de média dos últimos anos.

No caso do arábica, que representa a maior parte da safra brasileira, a colheita atingiu 8%, contra 10% em igual época do ano passado e 12% da média histórica para o período.

(Por Roberto Samora)

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