ROMA, 3 OUT (ANSA) – Os sindicatos responsáveis pelas manifestações pró-Palestina desta sexta-feira (3) na Itália afirmaram que a mobilização levou mais de 2 milhões de pessoas às ruas de todo o país, em resposta à interceptação da Flotilha Global Sumud pelas forças militares de Israel.
Os atos foram convocados pelas principais centrais sindicais italianas para protestar contra o que elas chamam de omissão do governo da premiê Giorgia Meloni perante a prisão dos quase 500 ativistas da flotilha em águas internacionais.
A missão de quase 50 barcos levava tripulantes do mundo todo, incluindo mais de 10 brasileiros e cerca de 40 italianos, com o objetivo de furar o bloqueio naval contra a Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária para a população civil.
“A mobilização de hoje foi um sucesso: mais de 2 milhões de pessoas saíram às ruas para participar de marchas em mais de 100 cidades durante a greve geral nacional em defesa da flotilha e dos valores constitucionais para interromper o genocídio e em apoio à população de Gaza”, celebrou a Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil).
Segundo a entidade, apenas a manifestação na capital Roma teve a participação de mais de 300 mil ativistas, que marcharam pelo centro histórico com bandeiras da Palestina, em meio a palavras de ordem contra Israel e o governo italiano e ao som das notas de “Bella ciao!”, canção de resistência antifascista.
Os números de participantes, no entanto, não foram confirmados pelas forças de segurança até o momento. Em nota, a Cgil destacou o “clima pacífico e democrático” dos protestos e disse que a greve geral teve “adesão de cerca de 60%” dos trabalhadores.
“As manifestações tiveram uma presença extraordinária e sem precedentes de jovens, que pedem um futuro de paz e justiça social”, comentou o secretário do sindicato, Maurizio Landini.
Além de Roma, ativistas pró-Palestina ocuparam as ruas em cidades como Milão, Turim, Nápoles, Gênova, Florença e Veneza, com bloqueios de serviços ferroviários, de estradas e de acessos a portos e aeroportos. Diversas escolas ficaram fechadas nesta sexta, enquanto serviços de transporte coletivo sofreram com atrasos e cancelamentos.
Em Pisa, município conhecido mundialmente por conta de sua torre inclinada, cerca de 300 manifestantes invadiram a pista do Aeroporto Galileu Galilei e forçaram a suspensão dos pousos e decolagens por cerca de uma hora.
Já em Veneza, ativistas bloquearam a ligação por terra entre o continente e o centro histórico e estenderam uma faixa com os dizeres “Gaza livre” no topo do estacionamento público na entrada da cidade antiga.
Há exatamente uma semana, outra greve já havia levado 500 mil pessoas às ruas de toda a Itália para protestar em prol da Palestina, enquanto manifestações espontâneas eclodiram na noite de quarta-feira (1º), logo após a interceptação da Flotilha Global Sumud por Israel. (ANSA).