Em mais uma fase da Operação Lesa Pátria (a 11ª), a Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (11/5), mais 22 mandados de busca e apreensão Brasil afora (São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná), contra suspeitos de financiar a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro em Brasília (DF).

A mim me parece claro o objetivo – e método – da Justiça: primeiro, prendeu e já está processando os criminosos detidos em flagrante durante o quebra-quebra na Praça dos Três Poderes. Neste segundo momento, começa a ir à caça dos financiadores (logística, etc.). Antevejo, portanto, a próxima etapa, e espero estar correto na previsão: a responsabilização civil e criminal dos mandantes.

Não resta a menor dúvida do envolvimento direto – ao menos motivacional e intelectual – de diversos figurões da República, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, alguns de seus filhos, auxiliares muito próximos, parlamentares de sua base política e empresários de diversos setores da economia nacional.

Há farto material comprobatório de materialidade nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bem como espera-se, com o avanço das investigações, a responsabilização ainda mais clara dos agentes golpistas que pregaram, durante 4 anos, o rompimento da ordem democrática no País.

Não me canso de repetir: o que ocorreu foi muito, mas muito grave! Estivemos à beira de um precipício muito fundo. Se o acontecido em Brasília estimulasse movimentos semelhantes por todo o Brasil, com três, quatro, cinco mil malucos quebrando tudo pelas capitais e grandes cidades, clamando por intervenção militar, as consequências seriam as piores possíveis.

Não podemos permitir que tudo isso, como de costume em Banânia, termine em Pizza. Não podemos relativizar o ocorrido nem deixar de exigir a mais rigorosa punição – cadeia!! – para todos os envolvidos, obviamente, levando-se em conta as chamadas agravantes e atenuantes, pois cada criminoso cumpriu um papel e há de lhe ser dada a exata dimensão.

Para os “inocentes úteis”, não penas leves, mas menos duras. Para os financiadores “inocentes”, como micro e pequenos empresários que doaram pequenas quantias e até mesmo levaram os próprios ônibus à Brasília, idem. Mas para os mentores, os donos do poder e do dinheiro, os verdadeiros conspiradores do golpe, no mínimo décadas de cadeia e bloqueio de valores que reparem materialmente o País, já que, moralmente, jamais. Será mais uma cicatriz exposta para sempre em nossa nação.