O ator pornô Ron Jeremy, acusado nos Estados Unidos de estupro e agressão sexual contra 21 mulheres, algumas delas menores de idade, é mentalmente incapaz para ser julgado, decidiu um juiz.

A decisão desta terça-feira (18) ocorre quase um ano após o ator, de 69 anos, passar por exames psiquiátricos. A avaliação foi solicitada depois de Jeremy não reconhecer um de seus advogados durante uma visita à prisão.

Jeremy, cujo nome verdadeiro é Ronald Jeremy Hyatt, já apareceu em mais de 1.700 filmes adultos desde a década de 1970, entre eles “Garganta Profunda II” e “John Wayne Bobbitt Uncut”.

Com seu bigode característico, ele foi uma das estrelas mais reconhecidas da indústria pornô. Mas, em junho de 2020, foi acusado de estuprar três mulheres e agredir sexualmente uma quarta. Sua prisão e aparição em um tribunal de Los Angeles desencadearam uma nova onda de denúncias contra ele.

Os fatos mais antigos datam de 1996. No total, Jeremy é acusado de vários atos de violência sexual contra 21 mulheres, de entre 15 e 51 anos.

No início de janeiro, o resultado do exame psiquiátrico foi vazado pelo Los Angeles Times. De acordo com um e-mail obtido pelo jornal, especialistas em saúde mental da acusação e da defesa concluíram que Jeremy sofre de demência grave, com poucas chances de recuperação.

“Como resultado do acordo entre os especialistas, o réu será considerado incompetente para enfrentar o julgamento (…), escreveu o promotor distrital do condado de Los Angeles, Paul Thompson, no e-mail, segundo o jornal. “Se ele não melhorar, não poderemos julgá-lo por seus crimes”.

Um porta-voz da promotoria de Los Angeles disse à AFP nesta quarta-feira que uma audiência marcada para 7 de fevereiro determinará onde o ator deve ser colocado. Isso significa que ele poderia ser internado em um hospital.

Na teoria, a justiça americana pode proceder com o julgamento se a saúde mental do réu melhorar. No entanto, a demência é uma doença progressiva e geralmente degenerativa.

Jeremy sempre negou as acusações. No Twitter, afirmou ser completamente “inocente” e se declarou “não culpado” perante a um juiz.

Em junho de 2020, seu advogado, Stuart Goldfarb, negou todas as acusações, insistindo que seu cliente “não era um estuprador”.

“Ron, ao longo dos anos, por ser quem é, foi amante de mais de 4 mil mulheres. Alegar que ele é um estuprador é ir longe demais (…) Quero dizer, as mulheres se jogavam em cima dele”, afirmou.