Ator de ‘Fauda’ critica petição de artistas israelenses contra guerra em Gaza

Uma petição assinada por reconhecidos artistas e escritores de Israel, em defesa de um cessar-fogo em Gaza, suscitou nesta segunda-feira (4) duras críticas por parte de um ator da série “Fauda”, Idan Amedi, ferido no início de 2024 no território palestino.

Publicada no domingo e assinada por quase 1.000 artistas, a petição afirma: “Como homens e mulheres da cultura e da arte em Israel, nos vemos, contra nossa vontade e nossos valores, cúmplices – enquanto cidadãos israelenses – da responsabilidade pelos horríveis acontecimentos que estão ocorrendo na Faixa de Gaza”, devastada pela guerra e pela fome.

“Fazemos um chamado a todos os envolvidos na elaboração e execução desta política para que parem! Não deem ordens ilegais e não as obedeçam! Não cometam crimes de guerra! Não abandonem os princípios da moral humana e os valores do judaísmo! Parem a guerra. Libertem os reféns”, clamam os signatários.

Mas o ator e cantor Idan Amedi, estrela do popular thriller militar “Fauda”, criticou duramente o abaixo-assinado e acusou seus autores de disseminar “notícias falsas”.

“Entrem em um túnel por um momento. Mesmo que seja para lutar por apenas um dia, como fazem dezenas de milhares de reservistas, e depois, sigam em frente, assinem petições”, publicou nas redes sociais Amedi, que ficou gravemente ferido em combate em janeiro de 2024, enquanto lutava contra o Hamas em Gaza como reservista.

“Não há nenhum outro exército no mundo que opere em uma zona tão densamente povoada com tão poucas baixas civis como o nosso”, acrescentou o artista. “Em cada casa em Gaza, há propaganda antissemita”, completou.

O ministro israelense da Cultura, Miki Zohar, elogiou Amedi e o ator Moran Atias, que também criticou a petição, destacando sua “lucidez e patriotismo”.

Entre os artistas signatários estão os escritores Zeruya Shalev, Etgar Keret, as cantoras Ahinoam Nini (Noa) e Hava Alberstein, o coreógrafo Ohad Naharin (Companhia Batsheva) e os cineastas Nadav Lapid e Shlomi Elkabetz.

O texto também foi assinado pelo escritor David Grossman, que descreveu como “genocídio” a situação em Gaza em uma entrevista publicada em 1º de agosto no jornal italiano La Repubblica.

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