Aos 29 anos de idade, o ator brasileiro Caio Horowicz já tem um Oscar para chamar de seu. O artista, que deu vida a Pimpão, namorado de Veroca (Valentina Herszage) no filme “Ainda Estou Aqui” – que trouxe para casa dezenas de prêmios de cinema pelo mundo incluindo o Oscar 2025 na categoria Filme Internacional -, ainda parece não acreditar na conquista de toda a equipe do longa-metragem dirigido por Walter Salles.
“O Oscar é surreal, é uma coisa impensável, de outro mundo. Acho que o cinema brasileiro, embora seja um dos maiores do mundo no sentido de qualidade, vive à margem do mundo convencional do cinema, assim como muitas coisas da nossa cultura também. Então, pensar que um dia a gente poderia concorrer a um Oscar e ganhar o Oscar realmente estava distante”, declarou em entrevista à IstoÉ Gente.
“Ter um Oscar no currículo é histórico para todo mundo que trabalhou nesse filme, realmente é um feito para levar para a vida toda. Vou comemorar isso até quando eu tiver 80 anos”, divertiu-se Caio, que segue sua jornada pela arte em busca de novas possibilidades profissionais.
“Tenho desejo de fazer novela. Tenho uma trajetória legal no cinema, no audiovisual, com pessoas que eu admiro e que tive a sorte de trabalhar, mas tenho vontade de fazer novela também, porque chega em um público que o streaming e o cinema não chegam, e também como exercício de atuação, eu acho muito interessante, muito positivo, essa musculatura que se tem no diário”, completou ele, que recebeu prêmio no Festival do Rio pelo filme “A Batalha da Rua Maria Antônia”.

Bastidores de uma pré-estreia de “Ainda Estou Aqui”
Com uma carreira extensa também em outras frentes da arte, Horowicz tem formação como palhaço. O ator fez o curso para atuar na área junto da atriz e ex-apresentadora da extinta MTV Marina Person. Segundo ele, ser palhaço o ajuda refletir sobre as frustrações da vida real.
“A melhor coisa de fazer palhaço é aprender a rir do fracasso e da capacidade de poder fracassar. Os grandes palhaços estão o tempo inteiro fracassando e eles estão fazendo a gente rir do próprio erro, sem consciência do próprio erro”, explicou ele, que se intitula “entusiasta do erro”.
“Não é fácil aprender a rir do próprio fracasso. A máscara do palhaço é o nariz e é a máscara que mais expõe o nosso rosto. Às vezes é difícil encarar isso, aceitar os erros, os seus tropeços, e fazer disso um jeito de rir do mundo. A gente precisa ter responsabilidade sobre os nossos próprios fracassos e fazer disso a oportunidade de crescimento”, destacou.
“A pressão é muito grande contra o erro. Mas eu sou um entusiasta do erro e sempre serei, continuo errando e tentando tirar alegria disso.”
Ao ser questionado sobre o que diria para o Caio ainda criança, quando tinha o sonho de seguir a carreira de ator, Caio não pensou duas vezes:
“Eu diria: vai nessa, vai que vai, vai com alegria. Eu me orgulho muito da trajetória que eu fiz até hoje, das escolhas que eu fiz, dos ‘nãos’ que eu dei para poder estudar e ter a minha formação em teatro”, frisou.
“Outro conselho que eu daria para o Caio mais novo é: tudo passa. Até as coisas boas passam. A questão é você ficar firme com você e fazer parcerias, achar a sua turma. E fique com eles”, encerrou.

Making of da cena da blitz com Pimpão e Veroca