Um ato em defesa do governo da presidente Dilma Rousseff reúne milhares de pessoas neste domingo no centro da capital gaúcha. Organizada pela Frente Brasil Popular, a mobilização tem discursos de lideranças sindicais e sociais, apresentações musicais e também “coxinhaço” – a prática de assar e distribuir coxinhas de galinha se tornou comum em manifestações pró-governo em Porto Alegre.

Os defensores da presidente Dilma estão concentrados na Praça da Matriz, que abriga as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário Rio Grande do Sul. Desde a última segunda-feira um grupo acampava no local para protestar contra o processo de impeachment, no chamado “Acampamento da Legalidade e Democracia”.

Hoje eles levantaram acampamento para abrir espaço e receber mais apoiadores. De acordo com a assessoria da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul, não há uma estimativa de público porque o evento é considerado uma vigília e, por isso, há uma grande rotatividade de pessoas. Por volta das 13 horas, o grupo Cultura pela Democracia, que reunia cerca de 3 mil pessoas no Parque Farroupilha, iniciou uma passeata até a Praça da Matriz para se juntar aos demais manifestantes favoráveis ao governo.

A partir das 14 horas, o ato transmitirá a votação do impeachment na Câmara dos Deputados. Há dois telões no local. Em outro ponto da cidade, a 4 quilômetros da Praça da Matriz, no Parque Moinhos Vento, grupos contrários ao governo federal também vão transmitir o impeachment.

Na página do evento no Facebook, as postagens informam que haverá música e também um festival de food trucks. Treze mil pessoas confirmaram presença na rede social.

A Câmara dos Deputados vota na tarde deste domingo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, de 68 anos, eleita em outubro de 2014 para seu segundo mandato. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2001, Dilma é alvo de pedido de afastamento que tem por base as pedaladas fiscais (manobras contábeis) e decretos orçamentários do ano passado.

Conforme o Placar do Impeachment do jornal O Estado de S. Paulo, a oposição à presidente contabilizava, neste domingo, pelo menos 350 votos favoráveis ao impeachment, oito a mais do que o mínimo necessário (342, de um total de 513). Portanto, se esses deputados mantiverem a decisão de apoiar o afastamento, Dilma será derrotada na Câmara.

Para reverter esse cenário, o Palácio do Planalto conta com envolvimento direto de Dilma, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de um time de ministros, governadores e assessores. Se passar na Câmara, o processo de impeachment irá tramitar no Senado.