Com direito a carro de som onde se via em destaque uma placa de rua com o nome do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), uma alusão à placa da vereadora assassinada do PSOL, Marielle Franco, que o político, agora preso, quebrou durante sua campanha eleitoral, uma manifestação pró-Bolsonaro tomou conta de um trecho da avenida Atlântica, em Copacabana, apesar do intenso calor e a proibição de aglomerações por causa da pandemia.
Neste domingo, 14, faz três anos que a vereadora foi assassinada. Até o momento, não se descobriu o mandante do crime, que continua a ser investigado.
Aos gritos de “Supremo é o povo”, a maioria estava sem máscara ou com uso errado do equipamento, e vestindo roupas verde e amarelo.
Sem preencher um quarteirão
O grupo, portanto bandeiras e cartazes, foi crescendo desde a parte da manhã, mas não chegava a preencher um quarteirão da rua, e gritava palavras de ordem como “não vai ter golpe”, “queremos trabalhar”, “não ao lockdown”, entre outras.
Em discursos sem nenhuma liderança de destaque, os manifestantes informaram que essa seria a primeira de muitas manifestações que seriam realizadas neste mês de março.
“Se a gente for para a rua agora, não vai ter golpe. Eles estão partindo para um ponto de ruptura para forçar a barra para ter reação da população, como aconteceu em 64. Só que a vontade do povo é contra qualquer atitude autoritária de um governador mequetrefe”, disse um dos participantes de cima do carro de som, em clara referência ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que aumentou as medidas restritivas de isolamento social depois do crescimento do número de casos de covid-19 no Estado.