O Atlético de Madrid colocou um pé nas quartas de final da Liga dos Campeões ao vencer por 2 a 0 a Juventus, nesta quarta-feira no jogo de ida das oitavas de final, abrindo boa vantagem para a partida de volta na Itália.

Em um jogo muito equilibrado e tático, a dupla de zaga uruguaia do Atlético fez a diferença com sua presença em bolas alçadas na área da Juve, com José Giménez abrindo o placar (78 min) e Diego Godín (83) fechando a conta.

O Atlético foi buscar a vitória e alcançou o objetivo de não sofrer gol em casa, mas não poderá contar em Turim com o brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa, que foi titular após longo período lesionado, mas recebeu um cartão amarelo e estará suspenso na volta.

Em campo, com as duas equipes fiéis aos seus estilos, armando sistemas defensivos muito sólidos, foi preciso esperar até os 15 minutos finais para ver as redes balançarem com os gols de oportunismo de Giménez e Godín.

Antes, o Atlético chegou a marcar, mas o VAR, implementado nesta temporada pela primeira vez na Champions, entrou em ação e anulou um gol de Alvaro Morata por falta do atacante espanhol no lance (70).

Agora, Cristiano Ronaldo e a Juventus precisarão devolver o resultado no jogo de volta, no dia 12 de março em Turim, se quiserem levar a decisão da vaga nas quartas de final para os pênaltis. Qualquer empate ou derrota do Atlético por até um gol de diferença dá a classificação aos espanhóis.

– Equilíbrio e marcação –

Como era de se esperar, os times com duas das melhores defesas da Europa fizeram um jogo equilibrado, de grande intensidade na marcação, com entradas duras e mais focado no oportunismo para atacar.

Nesse cenário, Atlético e Juventus se revezaram no domínio das ações ofensivas durante todo o primeiro tempo. Mas quem começou melhor foram os italianos sob a batuta de Cristiano Ronaldo.

De volta à cidade onde reinou de 2009 a 2018 no Real Madrid, clube com o qual conquistou quatro Liga dos Campeões, CR7 foi o primeiro a levar perigo ao gol adversário, acertando uma bomba em cobrança de falta e obrigando Oblak a fazer bela defesa (8 min).

Logo em seguida, foi a vez de Bonucci ter ótima chance de abrir o placar, subindo sozinho após cobrança de escanteio e acertando forte cabeçada por cima do gol espanhol (11).

O Atlético não demorou para responder com um chute perigoso de Partey de fora de área que Szczesny conseguiu segurar (14).

Aos 26 minutos, o Atlético chegou a ter um pênalti marcado a seu favor, após Diego Costa escapar da marcação e cair na área italiana.

O árbitro, porém, fez uso do VAR e foi informado que o contato do zagueiro Chiellini com o sergipano tinha ocorrido fora da área, anulando o pênalti.

O restante da primeira etapa foi de poucas emoções, muito devido às jogadas ríspidas dos setores defensivos das duas equipes, que paravam qualquer lance promissor do adversário com falta.

– VAR não segura Atlético –

Na volta do intervalo, a postura do Atlético do técnico Diego Simeone mudou. Em casa, os Colchoneros foram para cima da Juventus em busca de uma importante vantagem no jogo de ida.

Após passe preciso de Griezmann, Diego Costa disparou sozinho em direção ao gol de Szczesny, mas chutou para fora, incomodado pela pressão de Bonucci, que apertava na marcação (49).

Griezmann também tentou a sorte e quase marcou, acertando um chute por cima de Szczesny que tinha endereço certo, mas o goleirão polonês conseguiu encostar na bola, que foi parar no travessão (53).

O gol do Atlético parecia ser questão de tempo, e ele veio com Morata, que tinha acabado de entrar em campo no lugar de Diego Costa. O ex-jogador da Juventus aproveitou um cruzamento preciso de Filipe Luís para acertar uma cabeçada colocada (69).

O VAR, porém, deu nova facada no coração dos torcedores do Atlético: no lance, Morata empurrou Chiellini pelas costas para poder cabecear sem marcação. Falta clara que o árbitro reviu no replay, anulando o gol.

A frustração espanhola foi se transformando em mais ímpeto ofensivo e, merecidamente, o Atlético encontrou seus gols graças a sua dupla de zaga uruguaia em duas bolas alçadas na área da Juventus.

Na primeira, Giménez, na pequena área, se beneficiou de um bate-rebate e mandou a bola para as redes para abrir o placar (78). Logo em seguida, Godín aproveitou um erro da zaga da Juve ao tentar afastar um cruzamento e, de primeira, também acertou as redes, com a bola desviando levemente em Cristiano Ronaldo antes de entrar (83).

Sem reação, a Juventus, mesmo com 68% de posse de bola durante toda a partida, não encontrou forças para buscar um gol de honra e terá agora que marcar pelo menos dois gols em Turim, no jogo de volta, se quiser manter vivas as chances de classificação às quartas de final da Champions.

gr/am