ROMA, 20 MAI (ANSA) – Em uma nova manifestação em Roma, ativistas ambientais pintaram de preto as colunas na frente da sede do Ministério da Justiça da Itália nesta segunda-feira (20).   

O ato foi deflagrado por 14 membros do grupo Última Geração, que ganhou notoriedade nos últimos meses por protestos diante de obras de arte e monumentos por todo o país.   

Duas pessoas espalharam carvão preto com um extintor contra a parede do Ministério da Justiça, enquanto outras penduraram cartazes com o artigo 9º da Constituição – que diz que a República “protege o ambiente, a biodiversidade e os ecossistemas, também no interesse das gerações futuras” – e com alguns acontecimentos de 2023, como os “378 fenômenos meteorológicos extremos, as 12 mil pessoas que perderam as suas casas, os 13 bilhões de danos e 456 milhões de toneladas de CO2 emitidas pela Eni”.   

“Os dados que expusemos nas paredes do Ministério da Justiça demonstram que o governo e os seus ministérios não tomaram e continuam a não tomar as medidas de adaptação e mitigação necessárias para proteger o nosso território e a população italiana. A crise climática é uma crise social”, diz uma nota do “Última Geração” enviada à ANSA, convidando todos para se reunir na Piazza del Popolo, em Roma, no dia 1º de outubro.   

Ao menos seis ativistas foram detidos pela polícia e levados para uma delegacia na capital da Itália. Uma investigação foi aberta para apurar o caso.   

“O ato de vandalismo da ‘Última Geração’ contra a sede do Ministério da Justiça é uma iniciativa indescritível. Numa democracia, a reivindicação das próprias crenças e a expressão das próprias ideias podem e devem ser realizadas no cumprimento da lei”, afirmou o vice-ministro da Justiça, Francesco Paolo Sisto.   

De acordo com o magistrado, “o assédio sistemático contra sedes institucionais ou monumentos históricos é um sintoma de falta de sentido cívico e de respeito pela comunidade que não pode de forma alguma ser legitimado”.   

Na semana passada, o grupo já havia feito outra mobilização no centro de Roma. Na ocasião, os ativistas do movimento pintaram diversas fachadas de lojas de luxo para pedir apoio à campanha do Fundo de Reparação. (ANSA).