ROMA, 12 JUN (ANSA) – Centenas de ativistas pró-Palestina realizam nesta quinta-feira (12) uma marcha global para a Faixa de Gaza, tendo o Egito, país na fronteira com o enclave, como ponto de encontro. Vindos de diversos países, como do Oriente Médio e da Europa, eles utilizam ônibus, carros e voos internacionais para chegar ao destino. No aeroporto no Cairo, 35 ativistas italianos foram detidos, dos quais sete já foram deportados.
“Estão conosco argelinos, franceses, alemães, ingleses. Várias pessoas continuam a chegar [ao aeroporto do Cairo] e devemos nos reunir em um outro local”, disse Vittoria, 21 anos, ativista italiana membro da ONG Pro-Pal de Turim, que desembarcou na capital egípcia e foi barrada pelas autoridades locais.
Seus colegas da ONG denunciaram sua detenção como “arbitrária e contrária aos princípios do direito internacional”.
“Nossos membros viajaram para participar de uma iniciativa civil, pacífica, preparada durante meses para levar de modo simbólico, mas concreto, uma mensagem de paz e de justiça à população palestina. Tudo foi organizado de modo transparente, legítimo e totalmente dentro da lei”, afirmou a Pro-Pal de Turim.
De acordo com as autoridades egípcias, nesta manhã, 73 ativistas de várias nacionalidades teriam sido repatriados em um voo para Istambul, na Turquia. As mesmas fontes acrescentaram que “mais de 100 outros ativistas foram detidos por violar os procedimentos de entrada [no Egito] e por não obterem autorização prévia das autoridades egípcias competentes para visitar o país”.
O vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, comentou o episódio, dizendo que “a marcha com destino a Gaza não foi autorizada”. Segundo ele, a rede diplomática italiana no Egito está em “contato contínuo” com seus cidadãos que foram detidos.
O novo protesto pró-Palestina ocorre poucos dias após as Forças de Defesa de Israel (IDF) interceptarem no último 9 de junho o barco humanitário “Madleen”, pertencente à Coalizão Flotilha da Liberdade, que viajava rumo à Faixa de Gaza com um grupo de 12 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. O objetivo da missão era entregar alimentos, medicamentos e outros itens de primeira necessidade à população do enclave.
Thunberg foi deportada de Israel, enquanto Ávila foi levado para uma cela em isolamento, enquanto aguarda para ser repatriado. Desde que foi detido, ele realiza greve de fome e de sede.
Hoje, o ministério das Relações Exteriores da Turquia anunciou que dois cidadãos do país que estavam a bordo de “Madleen” foram deportados. (ANSA).