Dezenas de ativistas judeus de esquerda ocuparam a Estátua da Liberdade, em Nova York, nesta segunda-feira (6), para exigir de Israel um cessar-fogo e o fim dos “bombardeios genocidas de civis palestinos em Gaza”.

Vestindo camisetas pretas com o slogan “os judeus pedem um cessar-fogo já” ou “não em nosso nome”, dezenas de jovens exibiram cartazes com mensagens como “todo o mundo está vendo” e “os palestinos deveriam ser livres” ao pé do pedestal do emblemático monumento símbolo de Nova York.

“As famosas palavras da nossa antepassada judia (a poetisa americana do século XIX) Emma Lazarus, inscritas neste monumento, nos obrigam a agir para apoiar os palestinos de Gaza, que querem viver livres”, disse, em nota, Jay Saper, da organização Jewish Voice for Peace (JVP) (Vozes Judias pela Paz).

Um boletim do grupo Institute for Middle East Understanding (Imeu) exige “o fim dos bombardeios genocidas de civis palestinos de Gaza por Israel”.

“Enquanto o povo de Gaza gritar, nós devemos gritar mais alto, sejam quais forem as tentativas de nos calar”, exclamou a fotógrafa americana Nancy Goldin, também na presença de representantes eleitos de Nova York, alguns deles de esquerda.

A cidade americana, símbolo da imigração e do multiculturalismo, é cenário há um mês de manifestações pró-israelenses e pró-palestinas.

Lar de cerca de dois milhões de judeus e centenas de milhares de muçulmanos, Nova York até agora escapou da violência, mas as tensões são palpáveis, sobretudo em campi universitários como o de Columbia.

Uma parte mais à esquerda da juventude judia americana – a imensa maioria da qual vota no Partido Democrata – se posiciona contra Israel, ao qual acusa de praticar um “genocídio” contra os palestinos de Gaza, e denuncia o apoio militar e diplomático do presidente Joe Biden a Israel.

A Câmara de Representantes (baixa) acaba de aprovar uma ajuda de US$ 14 bilhões (R$ 68,6 bilhões, na cotação atual) para Israel.

Organizações como JVP reuniram no sábado dezenas de milhares de manifestantes em Washington para pedir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e criticam a política americana de apoiar Israel.

No fim de outubro, ocuparam a estação Grand Central, um dos ‘hubs’ de tráfego mais importantes de Manhattan, com as mesmas reivindicações. Centenas de pessoas foram detidas.

As organizações pró-palestinas também são muito ativas e quase diariamente organizam protestos em diferentes pontos da cidade para pedir o fim dos bombardeios israelenses, que deixaram mais de 10.000 mortos, entre eles muitas crianças, desde 7 de outubro, quando o movimento islamista Hamas invadiu Israel, matando mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, e sequestrando 240 pessoas, entre elas bebês e idosos.

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