Um grupo de ativistas e jornalistas denunciou à Justiça o governo do México, nesta segunda-feira, por invadir seus celulares pessoais. Segundo as vítimas, isso aconteceu após a divulgação de uma investigação que aponta o uso de um software de espionagem vendido exclusivamente para governos.

“Essa é uma operação do Estado em que agentes do governo mexicano, longe de fazer o que devem fazer por lei, usaram nossos recursos, nossos impostos, nosso dinheiro para cometer graves crimes”, disse em uma coletiva de imprensa Carmen Aristegui, jornalista conhecida por suas investigações sobre casos de corrupção no governo e uma das supostas vítimas.

A investigação, divulgada nesta segunda-feira pelo jornal The New York Times, aponta que a espionagem de ativistas de direitos humanos, jornalistas e militantes anticorrupção aconteceu usando um vírus criado por uma empresa israelense, que tem, entre seus clientes, o Ministério da Defesa mexicano e a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“O que o presidente do México tem a dizer sobre essa espionagem, cometida de forma dolosa e ilegal?” – questionou Aristegui.

A denúncia apresentada à PGR é por crimes de acesso ilegal a comunicações privadas e sistemas, “e todos os crimes cometidos”, explicou Luis Fernando García, diretor da Rede de Defesa dos Direitos Digitais, uma das responsáveis pela investigação.

Segundo eles, foram registrados 76 casos de tentativa de invasão com o vírus chamado Pegasus, ocorridos entre janeiro de 2015 e julho de 2016, nos quais as vítimas dos ataques receberam mensagens com links perigosos.

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