Ativistas do Greenpeace França invadiram na manhã desta quinta-feira, 26, a residência do embaixador brasileiro em Paris, Luís Fernando Serra, para protestar contra uma reunião que acontecia no local entre o ministro do Meio Ambiente brasileiro, Ricardo Salles, e executivos de grandes empresas francesas, entre elas, a petrolífera Total. Segundo o Itamaraty, o ato durou pouco tempo e não atrapalhou o encontro do ministro.

Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Salles disse que era “meia dúzia de gatos pingados na porta da embaixada”.

Rodrigo Randig, funcionário da Embaixada, disse que a invasão foi rápida e os ativistas saíram assim que os empregados da residência oficial pediram que eles se retirassem. “Nem o embaixador nem o ministro sequer ficaram sabendo; até o fim da reunião, horas depois”, esclarece Randig.

Em nota, o Itamaraty também informou que “não houve perturbação à entrada ou saída do ministro do Meio Ambiente, do embaixador, dos demais participantes dos encontros e de funcionários.

As reuniões não foram interrompidas e seguiram normalmente (em verdade, as pessoas que estavam no local sequer perceberam a tentativa de invasão e o protesto).” O órgão disse também repudiar toda e qualquer tentativa de invasão de suas instalações no exterior.

Na rua em frente à residência oficial, no 16º distrito de Paris, ativistas exibiram uma faixa com a mensagem “Bolsonaro assassino da Amazônia”.

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A maior floresta tropical virou o centro de uma crise internacional nas últimas semanas por causa do aumento de incêndios na região. Ambientalistas de todo o mundo, então, passaram a cobrar o governo brasileiro por medidas mais efetivas para proteger a Amazônia e evitar novas queimadas.

Segundo o comunicado divulgado pelo Greenpeace França à imprensa, o grupo enviou cem alarmes sonoros ao pátio interior da residência, “uma maneira de lembrar o Ministro do Meio Ambiente do Brasil de que sua inação climática não passará despercebida até que sejam tomadas medidas concretas do governo brasileiro para limitar o desmatamento e seu impacto nas mudanças climáticas”.

Além disso, um veículo exibindo uma visão dos incêndios na Amazônia foi posicionado em frente à entrada da residência e dificultou o acesso a ela. “Hoje estamos testemunhando um contra-ataque do governo brasileiro, que está tentando aliviar as tensões corretamente levantadas pelos incêndios na Amazônia.

Ao enviar seu ministro do Meio Ambiente em turnê para conhecer as grandes empresas, Jair Bolsonaro tenta preservar as relações comerciais de seu país e melhorar a imagem do governo brasileiro, mas não engana ninguém “, afirmou Suzanne Dalle, especialista em agricultura do Greenpeace França.

Paris é a primeira cidade europeia onde Ricardo Salles passa, durante turnê pela Europa para promover seu governo, depois de passar pelos Estados Unidos, acompanhando Jair Bolsonaro.

“Durante seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, Jair Bolsonaro disse que a Amazônia ainda estava quase intacta, uma mentira constatada e negada pelo Greenpeace Brasil, que sobrevoou a semana passada o Norte do país para identificar as áreas desmatadas do território, uma observação avassaladora apoiada por imagens de satélite”, escreveu o Greenpreace França no comunicado à imprensa.


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