Ativistas da flotilha deportados por Israel dizem ter sofrido violência

Saeed QAQ / AFP
Barcos da Flotilha Global Sumud interceptados pelas forças israelenses no mar Mediterrâneo Foto: Saeed QAQ / AFP

Ativistas internacionais que foram deportados por Israel após a interceptação militar de sua flotilha com destino a Gaza relataram neste sábado, 4, terem sido vítimas de violência e “tratados como animais”.

A flotinha foi interceptada pelo bloqueio naval imposto pelas tropas israelenses ao redor de Gaza em razão da guerra contra o grupo radical islâmico Hamas. Israel deteve mais de 400 pessoas e deportou os primeiros detidos na sexta-feira, 3. Entre eles, 137 ativistas de 13 países chegaram a Istambul neste sábado.

O político italiano Paolo Romano contou que os ativistas foram abordados por barcos militares, obrigados a se ajoelhar e agredidos caso se movessem. “Fomos tratados como animais“, disse à agência de notícias AFP.

Entre os participantes da flotilha, que contava com cerca 45 barcos, havia políticos e ativistas, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

Iylia Balais, ativista malaia de 28 anos, qualificou a interceptação dos barcos por Israel como “a pior experiência”.

“Fomos algemados, não conseguíamos caminhar, alguns foram obrigados a deitar de bruços no chão, depois nos negaram água e para alguns de nós, negaram medicamentos”, disse.

Israel confirmou a deportação dos ativistas nas redes sociais, chamando-os de “provocadores”. Em Istambul, familiares os receberam com bandeiras turcas e palestinas, enquanto gritavam, “Israel, assassino”.

O governo turco qualificou a interceptação como um “ato de terrorismo” e abriu uma investigação. O ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, elogiou os ativistas por “darem voz à consciência humana”.

Participaram da iniciativa ativistas de dezenas de países, entre eles Brasil, Argentina, Colômbia, México e Espanha.