Ativistas da Flotilha da Liberdade serão deportados por Israel

MILÃO, 28 JUL (ANSA) – As Forças de Defesa de Israel (IDF) interceptaram um barco da ONG Coalizão Flotilha da Liberdade que navegava em direção à Faixa de Gaza com 21 ativistas internacionais para uma missão civil e humanitária.   

Em declaração oficial, a Flotilha da Liberdade acusou o Exército de ocupação israelense de abordar à força o navio “Handala”, que partiu de Siracusa, no sul da Itália, rumo ao enclave palestino, no último dia 13 de julho, carregado com ajuda humanitária.   

“Trata-se de uma ação ilegal e violenta, realizada em águas internacionais ou, em qualquer caso, fora da jurisdição israelense, que constitui um grave ato de pirataria naval e uma violação do direito internacional”, denunciou.   

Segundo a ONG, “a bordo do ‘Handala’ estavam ativistas de direitos humanos, trabalhadores humanitários, parlamentares e jornalistas de vários países do mundo”.   

“As autoridades israelenses os estão detendo ilegalmente, em violação à sua liberdade individual e às convenções internacionais”, acrescentou a nota, enfatizando que, “de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), nenhuma força militar tem o direito de atacar uma embarcação civil em águas internacionais sem justificativa legal, especialmente se estiver engajada em uma missão humanitária”.   

A embarcação “Handala”, a 37ª missão em 18 anos da Flotilha da Liberdade, aproximou-se das águas de Gaza e foi interceptada por volta das 22h45 do sábado passado (26). Imagens ao vivo mostraram soldados abordando e começando a identificar as pessoas de 10 países, incluindo os italianos Tony La Piccirella, de Bari, e Antonio Mazzeo, de Messina; dois repórteres da Al Jazeera; e dois parlamentares franceses de esquerda.   

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou ter conversado com seu homólogo israelense, Gideon Sa’ar, sobre o assunto e afirmou que os dois italianos em Ashdod estão sendo assistidos por funcionários da embaixada.   

Além disso, o chanceler italiano destacou que Israel está oferecendo aos ativistas duas opções: assinar uma declaração e ir imediatamente ao aeroporto com assistência diplomática, ou ser mantido em um centro de detenção e forçado a ser repatriado após 72 horas. Tajani explicou que um dos dois escolheu a primeira opção e o outro a segunda, sem especificar.   

A medida é quase idêntica a tomada em junho passado contra o veleiro “Madleen”, que transportava a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. (ANSA).