Ativista Thiago Ávila retorna ao Brasil após detenção em Israel

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Thiago Ávila desembarcou no Aeroporto de Guarulhos (SP) na manhã desta sexta-feira, 13 Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ativista Thiago Ávila desembarcou no Aeroporto de Guarulhos (SP) na manhã desta sexta-feira, 13, após permanecer quatro dias detido em Israel. O brasileiro foi preso por autoridades israelenses a bordo da embarcação “Madleen”, da Coalizão Flotilha da Liberdade, que pretendia levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.

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Thiago Ávila chegou no Aeroporto de Guarulhos por volta das 5h50 e foi recebido por familiares, amigos e um grupo de pessoas que apoiam a Palestina.

No período em que permaneceu detido, o brasileiro se negou a assinar documentos que resultariam na sua extradição, fez uma greve de fome e água e ficou preso em uma cela solitária.

Por meio das redes sociais, o governo israelense confirmou que seis ativistas deixaram o país e fez uma provocação: “Bye-bye [tchau tchau, em português] — e não se esqueçam de tirar uma selfie antes de partirem”.

De acordo com o Itamaraty, o ativista embarcou em um voo para Madri às 16h05 do horário local em Isarel. Na capital espanhola, o brasileiro fez uma conexão para Guarulhos (SP).

O Ministério das Relações Exteriores informou que atuou de modo a garantir a segurança do brasileiro enquanto ele esteve detido por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv.

“Madleen”

O brasileiro fazia parte da tripulação do Madleen, barco que tentava chega a Gaza com ajuda humanitária quando foi interceptado pela Marinha israelense a cerca de 185 km do território palestino.

A embarcação com 12 ativistas zarpou de Catânia, no sul da Itália, no dia 1° de junho, com o objetivo de chamar atenção para a grave crise humanitária em Gaza, onde, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), toda a população está sob ameaça de fome.

O bloqueio israelense no território palestino se intensificou após o início da guerra contra o Hamas, em outubro de 2023. Entre março e maio deste ano, a Faixa Gaza chegou a ficar 11 semanas sem receber nenhuma ajuda humanitária.

Na missão, havia 12 ativistas, como Greta Thunberg e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan. Todos foram detidos e quatro, incluindo a sueca, foram liberados após assinar um termo de deportação que os outros oito passageiros se recusaram a aceitar —incluindo Ávila, que fez greve de fome para protestar contra a prisão.

A família de Thiago chegou a informar, no dia 11, que o brasileiro havia sido colocado em uma solitária. Tel Aviv acusou o grupo de “encenar uma provocação midiática com a única intenção de fazer publicidade”.

O Ministério da Defesa israelense informou que o barco atracou em Israel e seus tripulantes devem “voltar para seus países”. Pouco antes desse anúncio, a Coalizão Flotilha da Liberdade havia denunciado o sequestro da embarcação e de seus ocupantes pelo Exército israelense.

Quem é Thiago Ávila

Thiago Ávila e Silva Oliveira, de 38 anos, é natural de Brasília (DF). Ele chegou a se candidatar para deputado federal pelo PSOL, em 2022.

O brasileiro tem mais de 350 mil seguidores no Instagram e usa a rede social para divulgar vídeos explicativos e ações humanitárias.

Nos últimos dias, Thiago publicou nas plataformas sobre a expedição humanitária, que aconteceu um mês depois de outra embarcação com destino a Gaza ter pegado fogo e emitido um sinal de socorro, supostamente após ter sido atingida por drones na costa de Malta.

Por meio de uma gravação divulgada nas redes sociais, Ávila disse: “Se você está vendo esse vídeo, significa que eu fui detido ou sequestrado por Israel ou outra força cúmplice no Mediterrâneo, em nosso trajeto rumo a Gaza para furar o cerco. Neste caso, peço a vocês que pressionem meu governo e os governos de meus companheiros para que sejamos libertados e para cortar relações com Israel, interromper o genocídio e o cerco a que Israel tem submetido a população palestina. Contamos com vocês”.

*Com informações da Ansa