O ativista do Greenpeace que sobrevoou em uma espécie de ultraleve a partida entre França e Alemanha na terça-feira (15) e que quase caiu na arquibancada do estádio escapou por pouco de ser morto por atiradores de elite da polícia – revelaram as autoridades alemães nesta quarta (16).

O homem quis aproveitar a disputa de uma partida de futebol entre duas potências mundiais para atrair a atenção do público sobre a proteção do meio ambiente e explicou que a intenção era apenas “sobrevoar” o estádio, conforme informação da organização ecologista.

O piloto do ultraleve “tinha de soltar um balão de borracha” com a mensagem “Kick out oil” (“Fora petróleo”, em tradução livre), segundo um porta-voz do Greenpeace.

“Dificuldades técnicas obrigaram-no a aterrissar no estádio”, explica um comunicado publicado no “site” da ONG.

“Os atiradores de elite o tinham na mira”, declarou nesta quarta o ministro do Interior da região da Baviera, Joachim Herrmann, em um comunicado transmitido à AFP.

“Se a polícia tivesse determinado que se tratava de um ataque terrorista, ele teria pago com sua própria vida”, acrescentou.

Os atiradores desistiram de atirar apenas quando viram o logotipo do Greenpeace no ultraleve, completou.

Dois homens ficaram feridos no incidente. Ambos receberam atendimento médico no estádio e foram levados para um hospital “para serem examinados”, relatou a polícia de Munique.

O ativista, um homem de 38 anos residente na região alemã de Baden-Wurttemberg, no sudoeste da Alemanha, saiu ileso do pouso. Foi detido após aterrissar.

Uma investigação foi aberta por “vários crimes”, tanto no âmbito do direito penal, quanto da legislação sobre transporte aéreo, que limita estritamente as possibilidades de sobrevoo, disse a polícia em um comunicado.

– ‘Ato insensato’ –

A Uefa condenou este “ato insensato”, e a Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão) classificou a ação como “inaceitável”.

“Lamentamos que a ação de protesto não tenha ocorrido como planejado” e “lamentamos que tenha colocado em perigo pessoas que terminaram feridas”, acrescentou o porta-voz do Greenpeace.

A mensagem do grupo ecologista era dirigida à montadora alemã Volkswagen, uma das patrocinadoras da Eurocopa.

“Nosso pedido: pare de vender veículos a diesel e combustível que prejudicam o clima”, tuitou a organização, logo após o incidente em sua conta alemã.

Em resposta, ontem à noite, a Uefa defendeu sua política ambiental, afirmando estar “completamente comprometida com fazer desta Eurocopa um torneio sustentável”.

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