O militante Joshua Wong, um dos líderes dos atuais protestos em Hong Kong, reuniu-se na segunda-feira em Berlim com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, um encontro considerado pela China como “desrespeitoso”.

“Conversei com o ministro das Relações Exteriores Heiko Maas sobre as manifestações atuais e nossa luta para conseguir eleições livres e democracia em Hong Kong”, disse o ativista de 22 anos no Twitter.

Wong explicou que também se encontrará com “membros do Bundestag (câmara baixa do Parlamento) alemão” nos próximos dias, mas não com a chanceler Angela Merkel.

“Se essa fosse uma nova Guerra Fria, Hong Kong seria a nova Berlim”, disse Wong no Facebook, referindo-se à divisão entre Berlim Oriental e Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial.

Sua reunião com o ministro alemão provocou a reação da China, cujo governo expressou sua “forte oposição” ao encontro, que considerou “desrespeitoso” à sua soberania.

“Alguns meios de comunicação e políticos alemães tentam chamar a atenção usando os separatistas que se opõem à China. Fazer um espetáculo político é um método totalmente equivocado”, disse Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

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No domingo, Wong anunciou que havia sido detido no aeroporto de Hong Kong quando voltava de Taiwan, por violar as condições de sua libertação sob fiança.

Mas a justiça o libertou, alegando que sua detenção foi um erro processual e que a liberdade sob fiança permitia que ele viajasse para o exterior, disse o canal de televisão RTHK.

“‘Vamos apoiar Hong Kong’ é mais do que uma simples frase, pedimos ao mundo livre que se junte a nós para resistir ao regime autocrático chinês”, acrescentou Wong em Berlim, pedindo o apoio dos “alemães que lutaram pela liberdade” no passado.

Wong, um dos líderes do “Movimento dos Guardas-chuva” em 2014 foi preso no final de agosto, juntamente com outros líderes dos atuais protestos, e libertado sob fiança após ser acusado de “incitação a participar de uma manifestação proibida”.


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