Ativista brasileiro detido por Israel em barco se recusa a assinar extradição

Ativista brasileiro Thiago Ávila
Ativista brasileiro Thiago Ávila Foto: Reprodução/Redes sociais

O ativista Thiago Ávila, de 38 anos, se recusou a assinar os papéis de extradição e continua preso pelas autoridades israelenses. O brasileiro foi detido no domingo, 8, a bordo da embarcação “Madleen”, que enviava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e também levava a sueca Greta Thunberg.

A embarcação com 12 ativistas zarpou de Catânia, no sul da Itália, no dia 1° de junho, com o objetivo de chamar atenção para a grave crise humanitária em Gaza, onde, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), toda a população está sob ameaça de fome.

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Dos 12 ativistas a bordo de “Madleen”, quatro assinaram documentos de extradição e foram deportados, incluindo a sueca Greta Thunberg. “Aqueles que não consentiram em sair permanecem detidos e comparecerão a um tribunal. Nossos advogados defenderão sua libertação e o direito de retornar à sua missão legal”, declarou a Coalizão Flotilha da Liberdade nas redes sociais.

O Ministério da Defesa israelense informou que o barco atracou em Israel e seus tripulantes devem “voltar para seus países”. Pouco antes desse anúncio, a Coalizão Flotilha da Liberdade havia denunciado o sequestro da embarcação e de seus ocupantes pelo Exército israelense.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que acompanha com atenção o caso e já solicitou às autoridades israelenses a soltura dos ativistas.

Quem é Thiago Ávila

Thiago Ávila e Silva Oliveira, de 38 anos, é natural de Brasília (DF). Ele chegou a se candidatar para deputado federal pelo PSOL, em 2022.

O brasileiro tem mais de 350 mil seguidores no Instagram e usa a rede social para divulgar vídeos explicativos e ações humanitárias.

Nos últimos dias, Thiago publicou nas plataformas sobre a expedição humanitária, que aconteceu um mês depois de outra embarcação com destino a Gaza ter pegado fogo e emitido um sinal de socorro, supostamente após ter sido atingida por drones na costa de Malta.

Por meio de uma gravação divulgada nas redes sociais, Ávila disse: “Se você está vendo esse vídeo, significa que eu fui detido ou sequestrado por Israel ou outra força cúmplice no Mediterrâneo, em nosso trajeto rumo a Gaza para furar o cerco. Neste caso, peço a vocês que pressionem meu governo e os governos de meus companheiros para que sejamos libertados e para cortar relações com Israel, interromper o genocídio e o cerco a que Israel tem submetido a população palestina. Contamos com vocês”.