TREVISO, 28 DEZ (ANSA) – Um dos maiores ícones do cinema, a atriz francesa Brigitte Bardot, morta aos 91 anos, foi também uma grande defensora da causa animal. Prova disso é a carta que ela enviou em 2013 à província de Treviso, no Vêneto, norte da Itália, seu “país preferido”, para protestar contra “a cruel caça às raposas”.
A manifestação, que contou com o apoio do então deputado da União Europeia Andrea Zanoni e de diversas ONGs de defesa animal, criticava uma resolução provincial que permitia “a cruel caça à raposa em tocas até a primavera, quando os filhotes estão com a mãe na toca e não incomodam ninguém”, escreveu a atriz.
“Sei que a França não é melhor [nisso]: há o mesmo massacre, o mesmo escândalo. Mas meu país favorito, ‘Itália’, não deveria rimar com ‘barbárie’. A caça às raposas em tocas é um horror”, disse Bardot.
“Amo os italianos e a bela província de Treviso. A Itália não deve ser associada a essas práticas antiquadas que envergonham a humanidade”, destacou a ex-atriz e diva do cinema.
O então presidente da província, Leonardo Muraro, respondeu à ativista com um convite pessoal para que ela fosse a Treviso “para ver o que está sendo feito em benefício da vida selvagem”.
“Convido Brigitte Bardot para vir à província de Treviso, por minha conta. Hospede-se em um quarto em uma acomodação que considere adequada, fique aqui, repito, por minha conta, circule livremente pela região e veja por si mesma se as alegações sobre um possível ‘massacre de raposas’ são verdadeiras. Terei prazer em lhe mostrar o que estamos fazendo em benefício da vida selvagem”, disse Muraro.
No entanto, o convite nunca foi aceito.
Após atuar em mais de 50 filmes, Bardot abandonou o cinema em 1973 para se dedicar à causa animal, tendo criado, em 1986, a Fundação Brigitte Bardot para atuar na área. (ANSA).