Um ativista ambiental que lutava contra a destruição da Amazônia foi morto a tiros na floresta peruana, informaram as autoridades neste domingo (28).
Hipólito Quispehuamán foi morto na noite de sábado enquanto dirigia um veículo de carga na Rodovia Interoceânica, no setor Santa Rosa, na região de Madre de Dios, segundo o Ministério Público.
Quispehuamán era membro do Comitê de Gestão da Reserva Nacional de Tambopata.
“Trata-se de um assassinato com arma de fogo de mais um ativista da região de Madre de Dios”, disse a promotora local Karen Torres à imprensa.
“A hipótese preliminar que está sendo considerada pelo Ministério Público é de que este assassinato teria sido uma retaliação ao ativismo que exercia”, disse Torres.
O Ministério Público e a polícia iniciaram uma investigação para apurar o homicídio.
“Exijo justiça pela morte do meu irmão; esse tipo de coisa não pode acontecer”, disse Ángel Quispehuamán à imprensa.
A Coordenadora Nacional de Direitos Humanos (CNDDHH) “condenou o assassinato e exigiu que o Estado peruano tome medidas urgentes e eficazes para proteger a vida e o trabalho dos ativistas”.
“Nem mais uma morte! Basta de assassinatos de ativistas!”, declarou a CNDDHH no X.
O Ministério da Justiça se comprometeu a “trabalhar na defesa jurídica das vítimas, para que este crime não fique impune”, declarou no X.
Em julho de 2024, o ativista e líder indígena Mariano Isacama foi assassinado na região amazônica de Ucayali (497 km a leste de Lima).
Ataques contra ambientalistas se multiplicaram nos últimos anos em regiões amazônicas do Peru, onde há pouca presença de autoridades nacionais.
Os povos indígenas enfrentam a crescente presença do narcotráfico e da mineração ilegal, que estão desmatando a região amazônica.
Segundo a ONG Global Witness, pelo menos 54 ativistas foram assassinados no Peru desde 2012, mais da metade deles eram indígenas.
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