A ativista ambiental alemã Carola Rackete, que em 2019 estava encarregada de um resgate de migrantes no Mediterrâneo que resultou em um incidente diplomático com a Itália, anunciou nesta quarta-feira (9) sua renúncia ao assento no Parlamento Europeu.
“Minha candidatura e meu mandato sempre foram direcionados para contribuir com a renovação do partido Die Linke [A Esquerda], um processo que avança com sucesso”, disse a ativista e navegadora de 37 anos perante o plenário do Parlamento Europeu.
“Minha equipe e eu discutimos desde o início a construção coletiva do mandato, e esse espírito coletivo agora se reflete na minha renúncia”, afirmou a alemã, que foi eleita eurodeputada em 2024.
Em junho de 2019, Rackete era capitã do barco humanitário “Sea Watch” quando coordenou o resgate, em alto-mar diante da costa da Líbia, de 43 imigrantes, que tentou levar para a Itália.
Mas o governo italiano, ao impedir o desembarque desse grupo de imigrantes, fechou os portos.
Após duas semanas de negociações sem sucesso, Rackete decidiu atracar sem autorização na ilha italiana de Lampedusa. Foi detida imediatamente, acusada de resistência e de favorecer a imigração irregular.
Foi liberada um mês depois.
Nesta quarta-feira, a ativista disse à AFP que entrou na política “por necessidade”, para combater as “ameaças” aos direitos democráticos.
Diplomada em transporte marítimo e gestão ambiental, Rackete será substituída no Parlamento Europeu pelo economista alemão Martin Gunther, do mesmo partido.
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