Frederico Cursino, da Agência Einstein

A atividade física é reiteradamente associada à prevenção de doenças e à melhora do quadro clínico, como é o caso de pessoas com diabetes tipo 2 que mudam o estilo de vida e costumam praticar mais exercícios físicos para ter mais qualidade de vida e reduzir os riscos de complicações. Porém, um estudo da Wake Forest School of Medicine (EUA) indica que essa abordagem pode ser prejudicial para pessoas com controle insuficiente de glicemia no sangue.

O estudo, publicado no jornal científico Diabetes Care, reavaliou a pesquisa do National Institutes of Health Action for Health in Diabetes (Look AHEAD), que havia concluído que a intervenção intensiva no estilo de vida não ajudava nem prejudicava as pessoas com diabetes.

“Ao contrário das descobertas iniciais do Look AHEAD, nosso trabalho descobriu que as intervenções no estilo de vida reduziram os danos cardiovasculares em potencial e otimizaram os benefícios para 85% dos participantes do estudo”, esclarece Michael P. Bancks, principal investigador do estudo. “No entanto, para aqueles que tinham controle insuficiente do açúcar no sangue, a intervenção no estilo de vida aumentou o risco de eventos cardiovasculares maiores. Com base em nossas descobertas, os médicos podem querer considerar opções alternativas, como medicamentos para baixar a glicose, antes de tentar a modificação do estilo de vida dessas pessoas”, complementa.

O estudo da Wake Forest School of Medicine dividiu os participantes em quatro subgrupos: diabetes com início em idade avançada, controle glicêmico deficiente, obesidade severa e idade mais jovem no início. A resposta de cada grupo foi examinada de acordo com a intervenção intensiva no estilo de vida e sua associação com os principais eventos cardiovasculares.

No subgrupo com baixo controle glicêmico, a intervenção foi associada a um risco 85% maior de sofrer um evento cardiovascular em comparação com o grupo controle. Entre os três outros subgrupos de diabetes analisados, o estilo de vida intensivo não foi relacionado a um risco elevado de eventos cardiovasculares fatais e não fatais.

“Embora o interesse em subgrupos de diabetes esteja crescendo, nosso estudo é um dos primeiros a aplicá-lo à intervenção no estilo de vida”, disse Bancks. “Portanto, para os médicos, determinar a qual subgrupo seu paciente se assemelha mais deve ajudá-los a determinar a melhor opção de tratamento e reduzir qualquer dano potencial para aquele indivíduo”.

(Fonte: Agência Einstein)

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