O Banco Central divulgou nesta quinta-feira o Boletim Regional com dados sobre a evolução da atividade econômica em cada região do País no primeiro trimestre de 2022, em comparação com os últimos três meses de 2021. No período, o PIB do País avançou 1,0% na margem, com ajuste sazonal.

O Boletim Regional do primeiro trimestre deveria ter sido divulgado em maio, mas foi postergado devido à greve dos servidores do BC, que foi encerrada no início de julho.

Em relação ao Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), o crescimento foi puxado pelo Nordeste, que avançou 1,8% no primeiro trimestre, acelerando em relação à alta de 1,5% no quarto trimestre de 2021.

O bom desempenho foi seguido pelo Sudeste, que cresceu 1,7% entre janeiro e março, após 0,6% nos três meses anteriores. O IBCR Centro-Oeste também subiu no período, 0,7%, mas arrefeceu ante o quarto trimestre de 2021 (1,7%).

Por outro lado, a atividade econômica no Sul do País recuou 2,8% no primeiro trimestre de 2022, após crescimento de 1% no trimestre imediatamente anterior. Da mesma forma, houve retração de 0,2% no Norte, contra aumento de 0,2% no último trimestre de 2021.

No documento, o BC destaca que os desempenhos do Sudeste e do Nordeste, influenciados pela evolução positiva da indústria e dos serviços. “Houve desaceleração da economia do Centro-Oeste e retrações no Norte e, principalmente, no Sul, impactado por forte estiagem e calor intenso, que comprometeram o desenvolvimento e a produtividade das lavouras”, explicou, no documento.

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Regiões

De acordo com a autarquia, no Nordeste, houve destaque positivo na indústria de transformação e nas atividades de serviços. Em doze meses até março, o IBCR-NE expandiu 4,6%. “As condições do mercado de trabalho seguem melhorando, em ambiente de queda na taxa de desocupação.”

No Sudeste, o BC ressaltou o crescimento mais intenso dos serviços, embora o comércio e a indústria também tenham avançado. Dentre os Estados, as maiores contribuições vieram de São Paulo (+1,9%) e Minas Gerais (+1,8%), sobressaindo também o crescimento da economia capixaba (3,4%), puxado pelo desempenho da indústria. No acumulado em doze meses encerrados em março, a economia do Sudeste registrou expansão de 4,9%, ajudado pela base de comparação fraca.

Em relação ao Centro-Oeste, a autarquia afirmou se sobressaíram as atividades da agricultura, indústria de transformação, comércio e administração pública. Em 12 meses, o crescimento da região é de 4,9%.

Segundo o BC, no Sul, o recuo foi puxado pela redução da produção agrícola, enquanto houve desaceleração da indústria. Por outro lado, houve bons resultados de comércio e serviços. Em 12 meses, a expansão foi de 4,2%, ainda favorecido pela base deprimida de comparação.

“As quebras nas colheitas de soja, arroz e primeira safra de milho, que são apropriadas no início do ano, consistiram nas causas fundamentais do recuo de 2,8% do IBCR-S no primeiro trimestre.”

O órgão destacou que a redução do indicador foi liderada pelo Rio Grande do Sul, primordialmente pela queda nas safras de verão.

No Norte do País, o BC explicou que recuo de 0,2% foi influenciado pela retração da indústria mineral paraense no período. O IBCR do Pará recuou 2,2% na mesma base de comparação, enquanto no Amazonas a atividade teve expansão de 2,1%, impulsionado pelo aumento do consumo de serviços. Em doze meses, o IBCR do Nordeste acumulou crescimento de 3,8%.


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